Premiado roteirista Geoffrey Fletcher fala sobre o roteiro do drama "Trial by Fire" - EXCLUSIVO

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Jana – Como você se envolveu nesse projeto? Geoffrey Fletcher – Meu agente comentou sobre o projeto e disse que o Ed Zwick e a produtora Allyn Stewart já estavam trabalhando no filme. Eu admirava o trabalho de Ed há muitos anos e quando soube a história, fiquei animado, porque é um assunto muito importante. Nós temos um sistema judicial notável, mas ainda temos um grande caminho a percorrer. Segundo Byron Stevenson, diretor da Equal Justice Initiative, o nosso sistema judicial trata melhor o rico que é culpado do que o pobre que é inocente.O artigo do David traz um assunto como uma gama de oportunidades para criar uma trama interessante, um roteiro atraente e com personagens notáveis. Jana – O elenco ajuda também... Geoffrey – Claro! Você vê as performances de Laura Dern, Jack O'Connell e Emily Meade e nota que elas são bem profundas. Eles colocaram toda a sua habilidade para traçar o caminho das personagens tentando empatizar com a situação; para que sentissemos realmenter a injustiça, mas também questionar a situação. Jana – No filme, Todd aparece já com a sentença de morte e, nesse momento, já o conhecemos . Talvez em outra trama, a sentença aparecia dez minutos depois do início do filme. Por que vocês decidiram ir por esse caminho? Geoffrey – Sim, decidimos ir por esse caminho para que o público tenha empatia pela história e pela personagem. Esta história nos apresenta uma oportunidade para examinarmos nosso impulso em assumir a culpa e os preconceitos envolvidos. Eu acredito que por essa razão o público não vai esquecer esta história e também espero que faça a diferença na vida delas quando votam, assistem as notícias ou sejam parte de um júri. [caption id="attachment_185834" align="alignright" width="300"] Jack O'Connell e Emily Meade em "Trial by Fire" (Cortesia: Roadside Attractions)[/caption] Jana – Pode falar um pouco sobre a experiência de ter escrito algo e ficar guardado por alguns anos para ser produzido? Geoffrey – Claro! Eu penso assim: você dá o melhor de si nos projetos e espera que ele entre em produção, mas, às vezes, você precisa colocar de lado e ir fazer outro projeto. Quando você pensa e esquece por um momento, parece que as coisas avançam. Jana – Você vai dirigir novamente em algum momento da sua carreira? Geoffrey – Vou sim! Tenho algumas ideias de roteiro e estou escrevendo uma delas. Acredito que logo você verá um filme dirigido por mim de novo.