Presença imigrante redefine América.

Por Gazeta Admininstrator

Os imigrantes latino-americanos representam 53% dos estrangeiros que residem nos Estados Unidos, segundo números do Escritório do Censo divulgados na terça-feira(15).

O Escritório do Censo dos EUA utiliza classificações que correspondem tanto à origem nacional como à cor da pele, de modo que há “hispânicos”, os oriundos da América Latina, com o esclarecimento de que “podem ser de qualquer cor”.

Os mesmos dados assinalam uma diminuição da parte da população que o Escritório do Censo qualifica como “brancos não-hispânicos”, e que resulta do aumento das “minorias”, categoria que inclui todos os imigrantes, mais os negros e os indígenas norte-americanos ou das ilhas do Pacífico.

Hoje, mais de 35,5 milhões de imigrantes vivem nos Estados Unidos, um número que representa crescimento de 16% ao longo dos últimos cinco anos.

Os dados da pesquisa mostram que os mexicanos com baixos níveis de escolaridade e conhecimento muito limitado do idioma inglês seguem à frente da onda de imigrantes, e que os imigrantes em geral se distribuíram em quase todo o país, longe dos Estados fronteiriços.

A grande mudança de perfil acontece de forma mais clara em regiões que tradicionalmente não abrigavam grande número de imigrantes, a exemplo do meio-oeste, New England e Rocky Mountain.

A pesquisa foi divulgada em plena temporada de eleições, nas quais o tema imigração ilegal surge como um dos grandes debates.

Literalmente todos os estados do país viveram um crescimento de sua população latina entre 2000 e 2005, de acordo com o estudo de meados de década conhecido como American Community Survey, publicado pelo Census Bureau.

Em estados como Georgia, Tennessee, Nevada e South Carolina, a população hispânica cresceu mais de 40% no período. Em Arkansas, o crescimento foi de mais de 50%.

West Virginia foi o único estado no período analisado no qual não houve crescimento da população de imigrantes.

O demógrafo William Frey da Brookings Institution, instituto independente de pesquisas e políticas internas de Washington, diz que o novo censo revela o que ele chama de “dispersão da diversidade” ao longo do país.

Embora haja tal dispersão, a grande maioria dos imigrantes continua vivendo nos seis estados que tradicionalmente os atraíram: Califórnia, New York, Texas, Florida, New Jersey e Illinois. Os imigrantes também continuam transitando por estados como Georgia e North Carolina, conforme revelado no estudo anterior de 2000.
Mas foi a presença imigrante em novos estados que mais chamou a atenção dos pesquisadores. Indiana, por exemplo, presenciou um crescimento de 34% no número de imigrantes; South Dakota, 44%, Delaware, 32%; Missouri, 31%; Colorado, 28%; e New Hampshire, 26%.

Os imigrantes agora compõem 12,4% da população dos EUA. Em 2000 a parcela era de 11,2%. Os números representam um crescimento estimado de 4,9 milhões de um total de 35,7 milhões, um número bem maior do que toda a população da Califórnia.

Os números incluem apenas as pessoas que vivem em residências, o que exclui acomodações em universidades, asilos ou prisões, por exemplo.

No período de 1990 a 2000 a população total de imigrantes cresceu 57%, subindo de 19,8 milhões para 31,1 milhões no período.
O estudo não fez distinção entre não-cidadãos que estão legalmente no país, tais como estudantes ou trabalhadores com visto, e aqueles que estão em condição ilegal.

Georgia e North Carolina, estados que tiveram crescimento significativo em sua população imigrante nos anos 90, continuam a vê-la crescer. Nós temos nos tornado bastante diversos por aqui.

Você diz o nome de um país e nós o temos representado aqui”, disse Judy Hadley, analista de pesquisa estatística do escritório de Planejamento e Orçamento da Geórgia.

O maior número de imigrantes, legais ou não, vem do México, mais do que de qualquer outro país. O número estimado de mexicanos é de 27,5 milhões em 2005, enquanto o de chineses é de 10,4 milhões e de indianos de 5,8 milhões.