O nervosismo diante da ameaça de uma recessão nos EUA levou vários dos pré-candidatos envolvidos na corrida presidencial a divulgar planos de incentivo ao crescimento econômico. Veja a seguir as idéias de cada um deles:
Senadora democrata Hillary Clinton
A senadora pelo Estado de New York propôs um pacote de 70 bilhões de dólares para afastar o perigo da recessão, incluindo 40 bilhões a serem gastos com subsídio para o aquecimento de casas, uma prorrogação do seguro-desemprego e investimentos para aumentar a eficiência no consumo de energia.
Os outros 30 bilhões de dólares seriam gastos com famílias de baixa renda atingidas pela crise no setor hipotecário.
Uma segunda fase do pacote, na qual se gastariam mais 40 bilhões de dólares, seria lançada caso a economia não respondesse às primeiras medidas. Essa segunda fase conta-ria com isenções fiscais para os trabalhadores de baixa renda e de renda média.
Senador democrata Barack Obama
O senador pelo Estado de Illinois apresentou um plano de $75 bilhões que prevê um corte de impostos imediato de 250 dólares para os trabalhadores, que poderia ser dobrado no caso de a situação da economia piorar.
Os norte-americanos de maior idade receberiam um bônus único de $250 em seus contra-cheques da seguridade social. Obama também ofereceria ajuda aos proprietários de imóvel ameaçados de execução de hipoteca e auxiliaria os estados atingidos pela queda na arrecadação de impostos. O pré-candidato propôs ainda ampliar o prazo do seguro-desem-
prego para os trabalhadores demitidos.
John Edwards, do partido democrata
O ex-senador pela Carolina do Norte propôs um plano de 25 bilhões de dólares para criação de empregos, com a possibilidade de outros 75 bilhões de dólares se houver mais evidências de que os EUA estejam entrando em recessão.
O plano prevê investimentos em infra-estrutura para energia limpa, aumento do auxílio federal para ajudar os Estados a evitarem a redução de programas que dão suporte às famílias em momentos de crise, reforma do seguro-desemprego e um ataque à crise do setor de moradias.
Mitt Romney, do partido republicano
O ex-governador de Massachusetts des-creveu a economia como “frágil” e disse: “Deveríamos adotar medidas para impedir que a economia entre em recessão.”
Em comícios de campanha, o republicano defendeu o corte de impostos para os ganhos de capital, dividendos e renda auferida com juros por famílias que ganhem menos de 200 mil dólares por ano. “Essa é uma idéia e pode haver outras”, afirmou Eric Fehrnstrom, porta-voz de Romney.
Senador republicano John McCain
O senador pelo Estado do Arizona disse que uma intervenção imediata na economia “continua sendo uma opção que precisa ser adotada de tempos em tempos, mas que deve ser a última opção, não a primeira”.
Mas McCain ainda defende seu plano de eliminar o imposto mínimo alternativo, um tributo criado para os ricos, mas que atinge a classe média com uma freqüência cada vez maior.
Questionado sobre se McCain proporia medidas adicionais a fim de incentivar o crescimento econômico, seu principal assessor para questões econômicas, Douglas Holtz-Eakin, disse: “Estamos acompanhando a situação. E, se acharmos que medidas adicionais são necessárias, vamos sugeri-las.”
Rudy Giuliani, do partido republicano
O ex-prefeito de New York disse que ainda não há certeza sobre se a economia caminha para uma recessão, mas sugeriu realizar um corte de trilhões de dólares na cobrança de impostos - corte esse que, segundo o pré-candidato, incentivaria o crescimento econômico.
Giuliani diminuiria o Imposto de Renda para as empresas dos atuais 35 por cento para 25 por cento e reduziria o imposto sobre ganhos de capital de 15 por cento para 10 por cento. O ex-prefeito também sugeriu alterar as alíquotas do IR para permitir aos contribuintes que optem por uma forma simplificada de imposto com uma alíquota máxima de 30 por cento.
Mike Huckabee, do partido republicano
O ex-governador do Arkansas tem dito que “a principal fonte de estímulo de curto prazo é o Federal Reserve”, mas afirmou que o Fed também precisa ser cuidadoso com a inflação.
Huckabee prometeu aumentar os gastos tanto com defesa quanto com infra-estrutura. Ele também prometeu “preservar e expandir” os cortes de impostos feitos por Bush e reafirmou seu plano de “imposto justo”, que substituiria o Imposto de Renda com um imposto nacional sobre vendas.

