Presidente da Bolívia pede ajuda do Brasil, Argentina e ONU

Por Gazeta Admininstrator

Protestos continuam acontecendo em várias cidades
O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, fez um pedido para que o Brasil, a Argentina e a Organização das Nações Unidas (ONU) enviem observadores para acompanhar os desdobramentos da crise política no país.

Ele enviou cartas com a solicitação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega argentino, Néstor Kirchner, e ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fazendo o pedido de envio de observadores.

Mesa pode deixar de ser presidente a partir desta quinta-feira, quando o Congresso do país, reunido em Sucre, decide se aceita o pedido de renúncia feito na segunda-feira.

Enquanto isso, continuam os protestos em La Paz e outras cidades bolivianas.

Greve de fome

No departamento de Santa Cruz, camponeses tomaram campos de petróleo operados pelas multinacionais Repsol, da Espanha, e British Petroleum, da Grã-Bretanha.

Vários setores da sociedade já se organizaram para resistir a um eventual governo de Hormando Vaca Díez, o presidente do Senado, que é o sucessor imediato de Mesa.

Os prefeitos de cinco cidades que são considerados populares se declararam em greve de fome contra o senador.

“Esta greve é uma exigência definitiva e rotunda ao senador Hormando Vaca Díez, para que desista de suas aspirações presidenciais, disse o prefeito da capital, Juan del Granado.

O deputado Evo Morales, o principal líder dos protestos que paralisam o país, também disse que Vaca Díez não será aceito como presidente.

“Sua Presidência se baseia em um acordo que foi apadrinhado pela Embaixada dos Estados Unidos”, disse Morales.

Por sua vez, o cardeal Julio Terrazas disse que a maioria dos setores da sociedade civil boliviana declarou que a antecipação das eleições no país seria a melhor forma de solucionar a atual crise.

Para que isso aconteça, Vaca Díez e o presidente da Câmara dos Deputados, Mario Mossío, próximo na linha sucessória, precisam renunciar ao mandato presidencial.

Na terça-feira, Mesa fez um apelo a Vaca Díez para que desista de ser presidente para evitar que o país viva uma guerra civil.