Primeiro-ministro do Vietnã anuncia visita histórica aos EUA

Por Gazeta Admininstrator

O primeiro-ministro vietnamita, Phan Van Khai, anunciou nesta quinta-feira que visitará os Estados Unidos, primeira viagem de um chefe de governo do país asiático depois do final da Guerra do Vietnã (1965-75), em um claro sinal de que as relações bilaterais estão se normalizando.

"O objetivo de minha visita aos EUA em junho é levar as relações a um nível superior, a uma situação nova", destacou o primeiro-ministro durante uma viagem à Austrália.

Questionado sobre a hipótese dessa viagem ser uma tentativa para segurar o peso da China na região, Khai destacou que seu país rejeita escolher entre as duas potências planetárias.

"Precisamos reforçar as relações completas com os EUA, seguiremos desenvolvendo relações de vizinhança com a China", respondeu.

Esse anúncio, precedido por múltiplos rumores em Hanói há algumas semanas, acontece dias depois do aniversário do final da guerra entre os dois países, no dia 30 de abril de 1975.

Passado

"Encerramos o passado e olhamos em direção ao futuro com respeito às pessoas que estavam no outro lado, tanto no interior quando no exterior do país", declarou Khai em Hanói, antes do dia 30 de abril.

A reconciliação é patente entre Vietnã e EUA: os dois países assinaram em 2000 um acordo comercial bilateral que ajudou aumentar consideravelmente as trocas e agora negociam ativamente a adesão do Vietnã à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Washington considera ainda o Vietnã como um interlocutor necessário na região para lutar contra o terrorismo e conter a grande influência chinesa no continente.

Em julho, os dois países celebrarão também os dez anos de estabelecimento de suas relações diplomáticas, em 1995.

"Entre os dois países marcados por um grande pragmatismo, e além das resistências de conservadores de ambos os lados, a década tem sido marcada por autênticos progressos no restabelecimento da confiança e no alinhamento progressivo sobre interesses comuns", afirma Ernest Bower, um especialista americano nas relações dos Estados Unidos com o sudeste da Ásia.