A taxa de hipotecas que já entraram em processo de execução nos EUA atingiu o nível mais alto desde 1986, chegando a 0,78% do total de contratos no período de julho a setembro deste ano, segundo dados divulgados na quinta-feira(6) pela MBA (Associação de Bancos de Hipoteca).
O resultado de hoje supera a taxa registrada no trimestre imediatamente anterior, de 0,65% do total de contratos. No terceiro trimestre de 2006, a taxa havia ficado em 0,32%.
Segundo a associação, 5,59% dos proprietários estavam com os pagamentos de suas hipotecas atrasados em pelo menos 30 dias no trimestre passado, contra 5,12% no segundo trimestre.
A taxa de hipotecas na categoria conhecida como ARM ("adjustable-rate mortgages", ou hipotecas com taxas ajustáveis, na sigla em inglês) em processo de execução atingiu a marca recorde de 4,72% dos contratos no terceiro trimestre, contra 3,84% um trimestre antes. A porcentagem de pagamentos atrasados nessa categoria ficou em 18,81%, contra 16,95% entre abril e junho.
O economista-chefe da associação, Doug Duncan, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que as execuções de hipotecas e os atrasos de pagamentos devem continuar em patamar elevado nos próximos trimestres. Segundo ele, alguns fatores contribuíram para o quadro negativo no trimestre passado: queda nos valores dos imóveis; o reajuste das taxas de juros dos contratos; a redução na oferta de crédito; e a desaceleração mais acentuada em algumas partes do país.
Plano do governo
O governo americano elabora um plano para congelar as taxas de juros para determinados tipos de contratos de hipotecas de risco (chamadas de "subprime") por cinco anos, para evitar um aumento excessivo nos despejos de proprietários inadimplentes, segundo fontes do Congresso ouvidas pela AP.
Segundo outra fonte próxima à elaboração do projeto, o congelamento seria aplicado a proprietários com hipotecas feitas entre o início de 2005 e 30 de julho deste ano, com contratos que prevêem reajustes entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de julho de 2010.
Paulson disse nesta segunda-feira (3) que o plano apenas atenderia os proprietários residentes nas próprias casas --de modo a não favorecer especuladores do setor imobiliário.
A pesquisa da MBA considera dados referentes a mais de 45 milhões de contratos de financiamento imobiliário nos EUA.

