Professores de Broward protestam contra baixos salários

Por Gazeta Admininstrator

Primeiro foram roupas pretas. Na semana passada foram sapatos velhos. Agora, os professores de Broward protestam contra a falta de aumento salarial reduzindo as horas de trabalho.

Frustrados com o impasse nas negociações sobre aumento de salário, os professores do condado de Broward decidiram, na quinta-feira(4), reduzir as horas de trabalho. Cercados por chinelos e tênis esfarrapados, simbolizando o quanto têm se desgastado com a educação, os professores protestaram em Fort Lauderdale, afirmando que trabalhariam apenas conforme as regras. Em outras palavras, ameaçam uma “operação padrão”, trabalhando exatamente 7 horas e meia, por dia.

- Não haverá mais voluntariado, passeios fora da escola, trabalho para fazer em casa – disse a presidente do Sindicato dos Professores de Broward, Pat Santeramo.

Embora os professores não sejam autorizados por lei a fazer greve na Flórida, Santeramo disse que o distrito, em breve, sentirá os efeitos da redução do trabalho que, segundo ela, já começou.

O sindicato dos professores, que repre-senta 17 mil trabalhadores, incluindo professores, conselheiros e psicólogos, tem negociado com o distrito escolares durante os últimos três meses. Incialmente, o distrito informou que, simplesmente, não tinha dinheiro para oferecer qualquer aumento que não fosse o anual, e com base em experiência. Tal posição, segundo o sindicato, levou à declaração de um impasse, em 12 de agosto.

A última oferta feita pelo distrito escolar foi a de aumento de 3% o que repre-sentaria um aumento de custos de $24 milhões para os cofres públicos. O distrito também gastaria mais $15 milhões para cobrir o custo do aumento do seguro-saúde dos trabalhadores em educação.

As negociações emperraram, na semana passada, quando o distrito recusou-se a firmar compromisso de aumento também para o próximo ano.
- A Comissão Escolar tem $40 milhões na mesa, em um estado que está em 50° no ranking de recursos do país. De acordo com um bom gerenciamento fiscal, e olhando para a economia, nenhum negócio bem administrado poderia especular sobre um aumento de salários para o próximo ano. Não vou colocar nossas crianças diante da especulação – disse Jim Notter, superintendente das Escolas de Broward.

Ele não acredita em uma melhora do cenário econômico, e também não quer comprometer-se com uma situação na qual Miami-Dade terá que se auto-custear. Os professores receberam a promessa de aumentos anuais que totalizarão $72 milhões, mas com um “rombo” de orçamento de um quarto de bilhão de dólares, ao invés de aumentos, muitos trabalhadores acabaram sendo demitidos.

O sindicado dos professores de Miami-Dade declarou impasse nas negociações no início de julho. Na semana passada, os protestos fora das imediações das escolas de Broward contaram com a participação de mais de mil professores e seus familiares. Veículos com faixas foram utilizados na manifestação, com a inscrição “Preciso de aumento salarial para alimentar minha família”.