Profissão de treinador - Futebol

Por Mano Thiago

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“Esse cara é muito burro, não sabe escalar o time, é muito retranqueiro...” Vai me dizer que você nunca fez esses comentário ou viu alguém dizer uma dessas críticas para algum treinador?

Eu até fui educado ao citar apenas essas frases. Quem frequenta estádios sabe que os comentários geralmente são bem menos elegantes ou até mesmo falam sobre a mãe do treinador. Eu até entendo a situação e a indignação do torcedor. Às vezes, você vai assistir seu time jogar, daí percebe que os jogadores estão se arrastando em campo e quando você olha para o banco de reservas o treinador do seu time está de braços cruzados e nem abre a boca para reclamar do time.

Daí você pensa: “pô, o cara ganha por mês mais do que eu o ano inteiro e não consegue fazer o meu time jogar”. Caso do Felipão, do Palmeiras. Confesso que sou fã do bigode, até porque o último título mundial da nossa seleção foi ele que trouxe, mas parando para pensar, será que vale um salário de R$ 500 mil para um treinador como esse? Depois do título do penta, o que Luiz Felipe Scolari conseguiu conquistar? Tudo bem que ele deu um outro status para a seleção portuguesa, mas os títulos não vieram. Não vou nem comentar o fiasco que ele fez dirigindo o time do Chelsea e sua passagem pelo futebol do Afeganistão, que também foi ridícula.

Então, eu penso: será que o salário dos treinadores é compatível com sua função dentro do clube. Eu entendo que se deve ter um baita espírito de liderança para comandar um time com 20 jogadores, administrar as vaidades dentro do elenco e a diversidade de personalidades.

Imagine que o time está jogando bem, o camisa 9 perde três pênaltis e o time acaba perdendo de 1 a 0. De quem é a culpa? Do treinador?

Por isso vai entender um país como o Brasil. Um médico que salva uma vida no hospital, não ganha no ano o que o Felipão ganha em um mês de Palmeiras. Se eu soubesse antes, tinha feito faculdade de treinador de futebol.