Projeto sobre imigração provoca protesto público

Por Gazeta Admininstrator

Os manifestantes lutam contra legislação que poderia transformar imigrantes indocumentados em criminosos.

Um número estimado em 2 mil pessoas reuniram-se na terça-feira(14) em frente ao Independence Hall Visitors Center, na Pennsylvania para protestar contra projeto que, se aprovado, ampliará as penalidades impostas a imigrantes ilegais.
O projeto, que está no Senado, transformaria trabalhadores imigrantes indocumentados em criminosos. Atualmente, a transgressão é considerada apenas uma violação civil enquadrada, de acordo com as leis americanas, em uma categoria menos severa.
A manifestação foi conduzida em espanhol e inglês, e reuniu imigrantes ligados a diversas comunidades.
A estudante de graduação Cecília Cardesa-Lusardi estava otimista durante o protesto. “A energia é incrível. Você olha para todos e eles têm esperança em seus olhos”, comentou.
Os manifestantes organizaram o protesto de forma a coincidir com a campanha “Um dia sem imigrantes”, na qual imigrantes ilegais da Pennsylvania, Delaware e New Jersey recusaram-se a trabalhar durante todo o dia.
A passeata pretendia envolver empregadores de imigrantes ilegais, especificamente de restaurantes, na luta contra a legislação em estudo. O protesto coincidiu também com o Valentine’s Day, que é uma data especialmente importante para o comércio.
Bill Curry, proprietário do restaurante Copacabana em South Street, disse que ele havia empregado um trabalhador imigrante, que já está em condições de receber a sua cidadania. “O meu pessoal está regularizado”, disse Curry concordando que o trabalho imigrante é sempre um tema complicado no segmento de restaurantes. “O problema é que ninguém quer fazer esse tipo de trabalho”, disse ele referindo-se à mão-de-obra americana.
Ricardo Diaz, porta-voz do movimento “Um dia sem imigrantes”, e consultor para a agência de serviço social latina Congreso, disse que os organizadores promoveram a campanha principalmente com propaganda boca a boca e distribuição de panfletos. “Nós não temos dinheiro, não temos orçamento, mas temos pessoas interessadas em participar, e essa é a beleza da coisa”, disse Diaz.
Ele acrescentou que políticos dos partidos Republicano, Democrático e Verde ofereceram apoio, mas ele preferiu não aceitar.
O projeto que trasnforma a imigração ilegal em crime foi apresentado pelo Senador Republicano James Sensenbrennet, de Wisconsin. “Nosso ponto de vista é simples: - Parem Sensenbrennet. O projeto é um insulto”, disse.
O projeto foi aprovado pela Casa dos Representantes (equivalente à Câmara Federal no Brasil) 10 dias após a sua apresentação, e batizado de Ato de Proteção de Fronteira, Antiterrorismo e Controle de Imigração Ilegal.
Diaz se disse chocado com o apoio recebido pelo projeto. “Quando um projeto passa pela Casa dos Representantes, em menos de 10 dias há muita força nisso”, avaliou.
A professora de sociologia Janice Madden, cujo trabalho é focado em economia local e trabalho, não tinha conhecimento do projeto, mas acredita que as chances de ser aprovado são muito pequenas. “E daí se ele foi aprovado na Casa dos Representantes? Ele nunca passará no Senado”, disse Madden.