O promotor Roberto Senise Lisboa estima que cerca de 20 mil mulheres, ex-pacientes, podem ter sido vítimas de práticas ilegais que vão desde irregularidades em contratos até abusos cometidos pelo ex-médico Roger Abdelmassih. A informação foi obtida após levantamento feito com as secretárias da clínica do ex-médico durante dez anos. Entre as vítimas, há também mulheres estrangeiras.
As ex-pacientes das clínicas de reprodução humana de Abdelmassih, segundo o Ministério Público (MP) de São Paulo, podem entrar individualmente com ações cíveis para pedir indenizações por danos físicos e morais à Justiça contra o ex-médico. Entretanto, as seis mulheres responsáveis pela Associação Vítimas de Abdelmassih e Clínica, não pretendem ingressar com ações para pedidos de indenizações, conforme informado ao “G1”. “Nenhuma de nós quer esse dinheiro. O dano é irreparável. Não tem dinheiro que pague o que sofremos. Nosso interesse era que ele fosse preso”, defende Vanuzia Lopes, vítima e fundadora da associação.
De acordo com a Promotoria do Consumidor, o ex-médico obrigava mulheres que queriam engravidar a assinar autorizações para exames cirúrgicos quando elas estavam sedadas. Além disso, não fornecia o resultado dos testes e ainda deixava de informar o destino dos embriões descartados nos procedimentos.