Propina de R$128 milhões da Odebrecht leva à prisão de Palocci

Por Gazeta News

palocci-site
[caption id="attachment_126594" align="alignleft" width="300"] De acordo com as investigações, entre 2008 e 25 de novembro de 2013, a Odebrecht teria destinado mais de 128 milhões de reais ao ex-ministro e ao PT em propina. Foto: Instituto Millenium.[/caption]

O ex-ministro Antonio Palocci é o principal alvo da 35ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi preso temporariamente na manhã de hoje em São Paulo (SP) sob a suspeita de ser o gestor das propinas repassadas pela Odebrecht  para o Partido dos Trabalhadores (PT) em troca de vantagens na esfera federal.

De acordo com as investigações, entre 2008 e 25 de novembro de 2013, a Odebrecht teria destinado mais de 128 milhões de reais ao ex-ministro e ao PT em propina. Desse montante, 6 milhões de reais teriam beneficiado Palocci, que foi ministro da Fazenda durante o governo Lula e chefe da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma.

Nesta segunda, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou o bloqueio de até 128 milhões de reais das contas bancárias de Antonio Palocci, de seus ex-assessores Juscelino Dourado e Branislav Kontic e de duas empresas investigadas na operação de hoje, Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda e J& F Assessoria Ltda.

"Surgiram provas, em cognição sumária, de que ele [Palocci] recebia e era responsável pela coordenação dos recebimentos por parte de seu grupo político de pagamentos subreptícios pelo Grupo Odebrecht", afirma Moro em despacho assinado no último dia 12.

Os valores foram documentados em planilha da Odebrecht com referência a "italiano", codinome supostamente usado dentro da empreiteira para registrar repasses a Palocci. Alguns depósitos foram feitos mesmo no período em que o ex-ministro estava fora do governo.

“Essa planilha era uma conta corrente que o Antonio Palocci tinha com a empresa Odebrecht”, afirmou o delegado Filipe Hille Pace durante coletiva de imprensa nessa segunda-feira.

As investigações apontam que Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete no Ministério da Fazenda, e Branislav Konticex-assessor de Palocci na Casa Civil, seriam os intermediários das transações entre Palocci e Odebrecht. Ambos também foram presos na manhã de hoje.

Segundo os investigadores, há ainda um saldo de 70 milhões de reais dessa planilha, cujo destino precisa ser investigado.

Fonte: Exame