Proprietário de padaria brasileira nega envolvimento em esquema de agenciamento de indocumentados

Por Gazeta Admininstrator

O proprietário da Padaria Brasil em Massachussets, Elias Fernandes, negou que sua padaria tenha tido envolvimento em um suposto esquema de recrutamento de imigrantes ilegais pela empresa de origem holandesa IFCO Systems North America, que há duas semanas teve sete gerentes e ex-gerentes detidos e 1.187 trabalhadores presos em 26 estados americanos por contratação de indocumentados.

A denúncia foi publicada na semana passada pela edição online do jornal carioca O Globo e pelo Jornal Nacional da TV Globo. O nome da padaria foi mencionado apenas pela TV, e a edição online do jornal mencionou apenas uma padaria brasileira.

Fernandes diz sequer conhecer a empresa de origem holandesa. “Nem sei que empresa é essa”, disse ele à reportagem do Gazeta. Segundo ele, a padaria jamais envolveu-se com qualquer atividade relacionada a recrutamento de trabalhadores. “A única coisa que fazemos aqui é pão”.

Ele é proprietário de quatro padarias com o mesmo nome em Massachussets e outras duas também pertencem à família, mas operam de maneira independente. A unidade na qual trabalha, Fernandes diz ter se tornado um ponto de encontro de brasileiros, o que ele acredita, dá margem a interpretações de que ele recrutaria imigrantes. “A padaria é um ponto de encontro, inclusive de pessoas que buscam emprego”, finaliza.

A denúncia, de acordo com o jornal O Globo online, surgiu a partir de informações de um informante plantado na IFCO Systems como empregado, e que teria gravado conversas e participado do esquema de recrutamento de indocumentados.

De acordo com a matéria, o informante foi contratado para treinar trabalhadores que falassem espanhol e português e, juntamente com o gerente geral Michael Ames, esteve em Westborough, “em uma padaria brasileira”, na qual encontrou-se com uma mulher que, falando português, sabia onde encontrar candidatos aos postos de trabalho da empresa. A reportagem informa ainda que o recrutamento maciço valeu-se de documentos falsos de Seguro Social.

A mulher, de acordo com a matéria, teria dito ao informante que os trabalhadores não teriam documentos, por estarem ilegalmente nos EUA.

Ames e os demais ferentes da IFCO podem ser condenados a até dez anos de prisão e ter que pagar U$ 250 mil por cada imigrante ilegal contratado.