Protestos marcam um mês do homicídio do adolescente Trayvon Martin

Por Gazeta News

adolescente morto

Há um mês que o caso do homicídio do jovem Trayvon Martin, morto por um vigilante na Flórida, reabriu as feridas das tensões raciais e provocou um escândalo nacional nos Estados Unidos.

No dia 26, manifestantes recordaram o primeiro mês do assassinato do adolescente negro, de 17 anos. A concentração dos manifestantes aconteceu, à tarde, no Centro Cívico de Sanford, centro da Flórida. O objetivo era levar um abaixo-assinado, que ultrapassou dois milhões de assinaturas, e que exigia a prisão e condenação do vigilante voluntário George Zimmerman, de origem hispânica, que deu o tiro fatal em Martin, no dia 26 de fevereiro.

As manifestações são lideradas pelos pais de Martin, Martin Tracy e Sybrina Fulton, assim como pelos líderes da luta pelos direitos civis, Al Sharpton e Jesse Jackson. A eles se juntaram Ray Lewis e Santonio Holmes, duas estrelas do esporte mais popular do país e o preferido de Trayvon Martin, o futebol americano.

A petição lançada na internet pelo grupo ativista Change.org será entregue ao prefeito da cidade e aos vereadores para exigir que George Zimmerman, 28 anos, cuja mãe é peruana, seja investigado e acusado pela morte de Martin. Zimmerman afirmou que fez o disparo em legítima defesa, após uma briga que aconteceu entre eles em um condomínio privado de Sanford, onde o pai do adolescente tinha ido visitar uma amiga.

O jornal "The Orlando Sentinel" informou que Zimmerman contou à polícia que Martin resistiu, pulou em cima dele e bateu em sua cabeça várias vezes. Zimmerman não fez declarações públicas e seu paradeiro é desconhecido, mas várias testemunhas confirmaram a sua versão ao jornal de Orlando. Os pais e colegas de Martin têm descrito o jovem como um menino tranquilo.

Uma ligação para o telefone de emergência 911 no dia do incidente, e divulgada na semana passada, revelou que Zimmerman suspeitava do jovem por razões obscuras. O operador recomendou que não fizesse nada e esperasse as patrulhas da polícia. Quando a polícia chegou, o jovem já havia sido baleado.

A falta de registro de ameaças no caso, atraiu a ira da comunidade afroamericana no país ao suspeitar que o preconceito racial prevaleceu e abriu um debate sensível, no qual até o presidente Barack Obama foi incluído. Na segunda-feira, 26, em uma escola do subúrbio de Miami, centenas de estudantes foram ao colégio com casacos com capuz iguais, ao utilizado pelo jovem no dia do homicídio e fizeram um protesto silencioso.

Amigos temem por segurança de atirador Amigos de George Zimmerman, que alegou ter disparado contra Trayvon Martin em 26 de fevereiro por legítima defesa, está em um local não revelado, após ameaças de morte e da promessa de uma recompensa de $10 mil dólares para quem encontrá-lo, afirmou o assessor jurídico Craig Sonner, que segundo ele representa Zimmerman se as acusações forem adiante.

Existe uma grande fúria sobre o tiroteio no condomínio fechado de Sanford, na Flórida, onde o adolescente foi morto, e a falta de prisão ou acusação formal geraram manifestações em todo o país para chamar a atenção das autoridades sobre o assunto.

“Ontem foi a primeira vez que eu falei com ele desde o tiroteio e, por membros da família, eu soube que, logo após o ocorrido, ele não conseguia parar de chorar”, disse um amigo de Zimmerman, Joe Oliver, em uma aparição no programa “Today Show”, da NBC.

O tiroteio chamou a atenção para o chamado “stand your ground”, leis adotadas primeiramente na Flórida, em 2005, e seguidas por 16 estados desde então. Opositores chamam de “atirar primeiro” as leis que pressionam os promotores a provarem que um tiroteio não é autodefesa.