Protocolo de Kyoto vai reduzir crescimento europeu, diz estudo

Por Gazeta Admininstrator

Cortar as emissões de gases de efeito estufa, atendendo às metas do Protocolo de Kyoto, vai reduzir de forma significativa o crescimento econômico europeu, segundo pesquisa do Conselho Internacional para Formação de Capital, uma consultoria de mercado.
A pesquisa projeta que, por volta de 2010, o crescimento econômico da Espanha terá sido 3% menor do que o possível e o da Itália será reduzido em 2%.

Estas são projeções maiores do que as feitas por pesquisas anteriores.

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro britânico Tony Blair foi o último dos líderes a sugerir que elaborar um acordo que seria "filho de Kyoto", envolvendo objetivos mais definidos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, será complicado.

"Nenhum país vai querer sacrificar sua economia para enfrentar este desafio", disse Blair em uma conferência em Londres na semana passada, acrescentando que mais negociações a respeito de objetivos neste setor "deixam as pessoas nervosas".

Custos

Os governos dos Estados Unidos e Austrália não participam do Protocolo de Kyoto alegando preocupação com suas economias.

A nova análise do Conselho Internacional para Formação de Capital (ICCF na sigla em inglês) confirma a visão dos dois governos de que o protocolo vai custar caro.

A análise conclui que em 2010, a metade do período em que os governos que assinaram o protocolo têm para alcançar suas metas, o crescimento econômico da Espanha será reduzido em 3,1%.

A Itália teria seu crescimento econômico reduzido em 2,1%, a Grã-Bretanha, em 1,1%, e a Alemanha, em 0,8%.

A diretora do ICCF, Margo Thorning, afirmou que estas reduções levam em conta uma projetada adoção das chamadas tecnologias ecológicas.

"Já temos uma boa quantidade destas tecnologias colocadas em nossas previsões, então já estamos supondo o maior uso de (combustíveis) renováveis, mais eficiência", disse Thorning à BBC.

"Também supomos que o desenvolvimento de um regime na Europa em que toda o uso de energia será sujeito a uma tentativa de diminuir a emissão de gases de efeito estufa", acrescentou.

O relatório do ICCF sugere que a redução de emissões vai aumentar o preço da energia, como o preço da eletricidade em todo o continente, em uma média de 26% até 2010.

Isto significa que as economias iriam sofrer, aumentando o número de desempregados em centenas de milhares de pessoas em cada um dos países estudados e contribuindo para a diminuição do crescimento econômico.

O relatório ainda afirma que as diferenças entre os quatro países estudados pelo ICCF se devem ao fato de Grã-Bretanha e Alemanha estarem próximas de alcançar suas metas, enquanto a Itália e Espanha ainda estão consideravelmente longe dos objetivos.