Próxima segunda-feira(15) Bush abordará em rede nacional o tema imigração.

Por Gazeta Admininstrator

WASHINGTON - O presidente norte-americano, George W. Bush, vai defender uma ampla reformulação das leis de imigração dos EUA em um discurso em horário nobre que fará na segunda-feira. Há algumas semanas, o tema provocou enormes manifestações no país, enquanto uma lei a respeito tramita no Senado.

A Casa Branca anunciou o pronunciamento no dia em que um funcionário do Departamento de Defesa disse que o Pentágono considera a possibilidade de deslocar tropas e equipamentos militares para vigiar a fronteira com o México.

Bush apóia um programa de "trabalhadores convidados", que permitiria o trabalho temporário de imigrantes nos EUA, algo que lhe custa parte do apoio dos conservadores. Se de um lado ele defende um caminho para permitir que os ilegais se regularizem, por outro ele promete vigilância mais reforçada na fronteira.

A Casa Branca está pedindo que as principais redes de TV transmitam o discurso do Salão Oval, marcado para 20h (21h em Brasília). "O presidente estará apresentando sua proposta abrangente para a reforma da imigração", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.

O debate mobiliza milhões de imigrantes e simpatizantes, que participam de manifestações e boicotes nacionais para pressionar o Senado a aprovar a lei que abre caminho para a regularização dos imigrantes clandestinos, estimados em cerca de 12 milhões.

Mas a ira conservadora com o programa de "trabalhadores convidados" pode ajudar a abalar ainda mais a base do apoio de Bush, que já enfrenta a pior popularidade de seus dois mandatos. Alguns conservadores vêem no programa uma espécie de anistia para os clandestinos -- algo que Bush rejeita.

"A imigração é uma questão que divide os republicanos", disse Stephen Wayne, cientista político da Universidade Georgetown. "O presidente não parece capaz de ganhar com isso, mas tem de tentar minimizar suas perdas."

Wayne disse que grupos empresariais defendem a proposta do trabalho temporário, mas muitos republicanos querem enfatizar a vigilância das fronteiras. Bush também espera que a iniciativa atraia eleitores hispânicos para o Partido Republicano, que tenta manter o controle do Congresso nas eleições parlamentares de novembro.

O Senado chegou na quinta-feira a um acordo para analisar um projeto amplo para a imigração, com trabalho temporário e vigilância da fronteira.

A Câmara já aprovou uma lei que reforça a segurança na fronteira e criminaliza os imigrantes ilegais e quem lhes der apoio, numa proposta que não prevê a existência de "trabalhadores convidados". Os dois projetos agora precisam ser fundidos.

Enquanto isso, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, discutiu no Pentágono a questão da fronteira com seu colega mexicano, general Gerardo Clemente Ricardo Vega. Os dois países compartilham 3.219 quilômetros de fronteira.

"Os governos dos EUA e do México continuam trabalhando juntos para controlar a fronteira e colaborar nesses importantes esforços", disse o almirante J.D. Gordon, porta-voz do Pentágono.