Quadrilha que mandava armas de Miami para o Brasil em contêineres de mudança é desarticulada

Por Gazeta News

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Uma quadrilha especializada no tráfico internacional de armas foi desarticulada na manhã do dia 4 pela Polícia Federal em Minas Gerais. De acordo com a PF, os traficantes levavam os fuzis dos Estados Unidos escondidos em colchões. As armas tinham como destino as favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio, segundo o jornal “O Globo”. Entre os principais clientes estava Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha. Ele foi preso no dia 10 de novembro de 2011.

Até o fechamento desta edição, cinco pessoas já haviam sido presas, quatro em Engenheiro Caldas e uma em Governador Valadares, ambas cidades do interior de Minas Gerais. Com a ajuda da Interpol, uma pessoa foi presa e outra está sendo procurada nos Estados Unidos.

O armamento saía de Miami dentro de contêineres com mudanças de brasileiros que estavam retornando para o Brasil, chegava ao Porto de Santos, em São Paulo, e de lá seguia para o Rio. Segundo a polícia, a quadrilha já contrabandeou pelo menos 500 fuzis 7.62. Durante as investigações, 22 fuzis 7.62 e 12 mil munições foram apreendidos. Não há informações de qual era a empresa de mudança envolvida.

Entre os presos na operação “Bed Bugs” - batizada em referência a um inseto também conhecido como “percevejo da cama”, está o fazendeiro Vicente de Paula Vieira, 47 anos, apontado como o chefe da quadrilha. O filho dele, Marco David Barbosa Vieira, 26 anos, também foi preso acusado de ser o braço direito de Vicente.

De acordo com a investigação, que começou em fevereiro do ano passado, Vicente e o Marco David encomendavam os fuzis. Nos Estados Unidos, os responsáveis pela compra dos armamentos eram Moisés Maia Nogueira, 43 anos, e Sérgio Teixeira de Carvalho, 49 anos. Moisés foi detido pela polícia americana.

Ainda de acordo com a polícia, os compradores adquiriam as armas de diversas fontes nos EUA por $2 mil dólares e as revendiam para os cariocas por valores que variavam de R$ 30 mil a R$ 60 mil, dependendo do tipo do fuzil.

Outro elo da organização era Brás Edmilson Clementino, 37 anos, e Rodrigo Bueno de Campos, 35 anos, responsáveis por negociar com traficantes de droga. Márcio de Souza e Silva, 35 anos, também preso, fazia o transporte de Governador Valares para o Rio de Janeiro de carro.