Qual tipo de inteligência tem seu filho?

Por Adriana Tanese Nogueira

Em 1983,  Howard Gardner lançou o livro “Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences”. Sua ideia é de que há diferentes tipos de inteligência ou diferentes modalidades da inteligência. Uma inteligência é um “potencial biopsicológico para processar informações que podem ser ativadas num contexto cultural para resolver problemas ou criar produtos que tem valor cultural.

Nascemos com todas elas, mas cada um tem uma tendência para desenvolver mais uma do que as outras. Entretanto, todas trabalham juntas e é importante que seja assim para o desenvolvimento equilibrado da criança. Naturalmente, esta nova perspectiva sobre a inteligência questiona a educação, focada como está quase que exclusivamente sobre somente duas modalidades de inteligência.

Vejamos como funcionam essas inteligências e como pode ajudar seu filho a desenvolver seus talentos e a integrá-los numa totalidade saudável:

1) Inteligência musical e rítmica. A criança é sensível aos sons, ritmos, tons e música em geral. Tem ótimo senso do ritmo, são afinadas, têm facilidade em tocar um ou mais instrumentos e em compor música. Se seu filho apresenta essas características, invista nelas sem, porém, deixar de lado o resto. Mas é importante permitir que haja um desenvolvimento na área que é mais sensível para a pessoa, ou seja, mais fácil, o que vai resultar em mais felicidade!

2) Inteligência visual e espacial. Aqui está a capacidade de se orientar no espaço, de visualizar dimensões e tamanhos com a mente. Boa para futuros geómetras, exploradores, navegadores, jogadores.

3) Inteligência verbal–linguística. São aquelas crianças (meninas muitas delas!) que falam muito, gostam de falar e não só: gostam de aprender novas palavras, de elaborar o vocabulário, de contar histórias e de escrever. Que tal estimulá-las a escrever um livro? A contar histórias para os menores nas bibliotecas públicas?

4) Ineligência lógica-matemática. Esta é a área da lógica, do raciocínio abstrato, dos números. Aqui tem origem a capacidade de compreender os sistemas causais e é a área mais amada na cultura ocidental e americana em particular. Crianças (sobretudo meninos!) com essa aptidão devem ser encorajados, mas também suportados no desenvolvimento de outras áreas da inteligência para evitar uma unilateralidade prejudicial.

5) Inteligência corpórea-cinestética. Trata-se aqui da capacidade de controle do próprio corpo, desde aquela do movimento à capacidade motora fina. Importante para os jogadores, dançarinos, atores e artesãos.

6) Inteligência interpessoal. Algo no qual há muita necessidade, são os chamados “social skills”, o que implica a capacidade de ser empático, de perceber aos outros e seus sentimentos, de saber cooperar, trabalhar juntos, suportar, entender. Uma das inteligências mais “humanas”, que Gardner comparou à inteligência emocional de Goleman. Indispensável para professores, executivos, políticos, psicólogos, assistentes sociais e vendedores.

7) Inteligência intrapessoal. Se trata daqui da capacidade de introspecção, também indispensável na vida porque somente por este caminho é possível: aprender com os erros, avaliar o que realmente queremos, escolher trabalho e vocação, ajustar os relacionamentos, enfim, perceber-se.

8) Inteligência naturalística. É a capacidade de se conectar com a natureza e de reconhecer flora e fauna. Pertence a camponeses, caçadores, profissionais das ciências naturais. São pessoas receptivas às questões ecológicas e às grandes mudanças do planeta. Essenciais hoje em dia!

9) Inteligência existencial ou inteligência espiritual. É capacidade de indagar sobre o sentido das coisas, da vida, da existência de cada um. É a tendência filosófica para a busca de um sentido. Não necessariamente tem a ver com a fé religiosa e certamente não está ligada a nenhuma religião institucional.

10) Por fim, a inteligência moral, tão necessária hoje em dia, é aquela sensibilidade diante do certo e do errado, inata em todos os bebês conforme as pesquisas mostraram. Relaciona-se à inteligência interpessoal, intrapessoal e existencial, corresponde à realização de relações harmoniosamente justas no contexto social.