Quando a insegurança urbana vai além do assalto

Por Arlaine Castro

Ser vítima de um tiroteio em massa, de um ataque terrorista, de crimes de ódio, assaltos ou agressão sexual. Quando se fala em falta de segurança urbana, esses são os primeiros tipos de medos que geralmente vêm à mente da população que mora nos Estados Unidos. A violência e segurança urbanas são questões centrais para uma população e, como diz o estudo "Globalização e insegurança urbana", elaborado por Nelson Lourenço, elas ocupam um espaço significativo no quadro da preocupação dos indivíduos e da vivência democrática, em todo o mundo. Como segurança é um tema primordial, um outro relatório - State of Safety -elaborado pela SafeWise, revelou que 58% das pessoas que vivem nos Estados Unidos disseram que se sentem preocupadas com a segurança todos os dias. A segurança digital e o crime de propriedade são os principais problemas apontados, bem como preocupações com o acesso à saúde e o bem-estar em casa. Mas os tipos de medo e sensação de insegurança vêm mudando. Muitas pessoas também podem se sentir inseguras de outras maneiras. Além dos tipos de perigos que podem causar lesões corporais ou outros danos físicos, não conseguir pagar uma segunda hipoteca, ter que renunciar ao seguro de saúde ou até ser vítima de golpes online também são maneiras apontadas como falta de segurança por moradores de algumas cidades. A violência mata mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo a cada ano, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS afirma que outros milhões de pessoas são mutiladas por ataques. A violência é hoje a principal causa das mortes de pessoas com idades entre 15 e 44 anos. Mas a violência tem vários formatos. Na verdade, a violência está aliada à falta de segurança nas cidades e passa por investimentos (ou falta de) em desenvolvimento urbano, infraestrutura, saúde, educação, transporte público e até lazer. No mundo globalizado, há falta de segurança econômica, política e institucional, sexual e/ou de gênero, cultural, religiosa, cyberbullying e informativa. Todas essas áreas deveriam caminhar com certo controle visando a proteção da população. Mas, como sabemos, nem todas as cidades do mundo oferecem aumento de viaturas, câmeras de segurança e iluminação urbana, por exemplo. A fim de verificar como a segurança interfere até na escolha do lugar em que se vive, o site de finanças pessoais WalletHub divulgou recentemente um levantamento sobre as cidades mais seguras dos EUA em 2019, no qual comparou mais de 182 cidades em 41 indicadores-chave de segurança. 11 cidades da Flórida são citadas no ranking. O conjunto de dados varia de assaltos per capita a taxa de desemprego e qualidade das estradas. Esse conjunto de fatores variados abre o leque para como pensamos em violência mais ou quase somente como agressão física ou assalto e outros crimes desses tipos. Mas a insegurança alimentar, a dificuldade de consultar um médico ou ter acesso a um medicamento pelo preço, a falta de aulas ou até de escolas também são formas cotidianas de insegurança. Quer saber qual cidade americana foi considerada a mais segura? E a menos? Confira no levantamento do WalletHub citado na matéria especial desta edição -"Levantamento de cidades mais seguras dos EUA indica 11 na Flórida" -, que conta ainda com relatos de brasileiros que já foram vítimas de diferentes crimes na Flórida. Boa leitura!