Quando o clima gera uma crise mundial

Por Arlaine Castro

Afinal, há ou não uma crise climática como afirmam os ambientalistas? Calotas polares estão derretendo mais rapidamente que anos atrás? A temperatura está aumentando? O nível do oceano está subindo? Os rios estão secando? Veremos muito mais seca daqui a 50 anos, quando parte da humanidade já poderá ter sido sacrificada de alguma forma pelo clima ? A resposta, em parte, é sim. Basta olhar para o leito de um rio e perguntar a algum morador local como era o curso d´água dele anos atrás. A gente mesmo percebe a diferença. Onde antes passava uma água abundante, hoje é quase um banco de areia. E isso não acontece em um rio, mas em inúmeros ao redor do planeta. O problema, no entanto, é: o que se tem feito para frear um pouco essas mudanças climáticas e como os países podem e devem se organizar para tal. Trump acaba de anunciar formalmente a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris que propõe a diminuição da emissão de gás carbônico eliminado na atmosfera especialmente pela queima de combustíveis fósseis e madeira, e responsável pelo aquecimento global. A verdade é que não há que se tentar culpar um ou outro país: toda a humanidade vive no mesmo planeta e dele depende para sobreviver. Daí vem a importância da palavra sustentabilidade. Mas os países emitem CO2 de forma diferente. Sim. E uns mais, outros menos, é claro. É justamente nesse ponto que, literalmente, o clima esquenta. 195 países signatários do Acordo se comprometeram a diminuir a emissão, mas os EUA - o segundo maior poluente do mundo - resolve sair e diz que vai continuar estabelecendo metas para combater o aquecimento global, mas internamente. A China, atualmente o maior país em emissão de gás carbônico, reafirmou sua participação no Acordo de Paris. É esperar pra ver se vai mesmo cumprir as normas estabelecidas. Contudo, afinal, a questão que gera debate: Há mesmo uma emergência climática ? Um recente relatório intitulado "World Scientists' Warning of a Climate Emergency" (Alerta dos cientistas mundiais sobre uma emergência climática) assinado por mais de 11 mil pesquisadores signatários de 153 países e publicado na revista "BioScience" alerta para o ritmo acelerado da mudança climática. Nele, os autores e os cientistas recomendam uma série de medidas urgentes. Segundo o relatório, a coalizão global de cientistas afirma que "o sofrimento humano incalculável" é inevitável sem mudanças profundas e duradouras nas atividades humanas que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa e outros fatores relacionados às mudanças climáticas. "Apesar de 40 anos de grandes negociações globais, continuamos a conduzir os negócios como habitualmente e não conseguimos lidar com essa crise", disse William Ripple, professor de ecologia na Faculdade de Administração Florestal da Universidade Estadual do Oregon (OSU) que, com o colega Christopher Wolf, liderou os cientistas participantes do relatório. "A mudança climática chegou e está se acelerando mais rapidamente do que muitos cientistas esperavam." Não obstante, baseado nas seguintes questões: "Tanto a natureza quanto os fatores antropogênicos causam aquecimento"; "O aquecimento é muito mais lento do que o previsto"; Dióxido de carbono é "alimento vegetal, a base de toda a vida na Terra", "O aquecimento global não aumentou os desastres naturais" e outras, que foram levantadas na recente Cúpula Global do Clima da ONU em setembro, onde estavam 500 cientistas, engenheiros e outras partes interessadas, foi emitida uma mensagem muito diferente: "Não há emergência climática". Afinal, em que você, leitor, acredita?