Quão triste é noticiar desastres

Por Arlaine Castro

Key West Sailboat Crash
Furacões, terremotos, guerras, doenças, acidentes. Faz parte do jornalismo noticiar todo tipo de acontecimento, mas alguns, especificamente, deixam até os mais experientes jornalistas “tocados”. Ultimamente, as notícias factuais não têm sido nada fáceis. Com a temporada de furacões no Atlântico em plena atividade, não são poucas as destruições causadas por eles, e, nos cabe, enquanto veículo de comunicação, apurar e divulgar. Após quase duas semanas, a Flórida ainda se recupera do Irma, mas os países da América Central nem tiveram chance e já estão encarando outra forte tormenta: Maria. O furacão que alcançou a categoria 5 está arrebentando por onde passa e promete causar ainda mais estragos em locais já prejudicados pelo Irma. As Ilhas do Caribe são as que mais sofrem com os furacões. O Haiti então, nem se fala. O país mais pobre da América Central é afetado por furacões e terremotos praticamente todos os anos pela sua posição geográfica que não colabora. E por falar em terremotos, o México acaba de sofrer mais um tão forte que matou centenas de pessoas e jogou prédios inteiros ao chão. Edifícios e casas que levaram dias, meses e até anos para serem erguidos num piscar de olhos viraram poeira, assim como as pessoas que ali estavam. Coincidentemente (ou ironia do destino) em 1985 o México viu o tremor abalar a cidade na mesma data: 19 de setembro. Nesse mesmo dia um grande terremoto deixou milhares de mortos na capital mexicana e, ironicamente, os mexicanos estavam relembrando a data. Uma simulação foi feita horas antes do tremor apenas para lembrar a data. E pouco mais de duas horas depois, veio o terremoto de verdade, que já é considerado oficialmente o mais mortífero no país desde o desastre da década de 80. Como se não bastasse as catástrofes naturais, o mundo assiste a um cenário de uma iminente guerra declarada, onde Estados Unidos e Coreia do Norte realizam testes com mísseis e bombas e “ensaiam” começar assim a Terceira Guerra Mundial. O tema ganhou destaque em todos os jornais desde a posse de Donald Trump e não sai de pauta. Todo dia os meios de comunicação noticiam o que um ou outro líder falou ou fez. Alguém duvida de que os tempos de “paz” entre o ocidente e o oriente estão ficando para trás¿ Até a Organização das Nações Unidas (ONU) já entrou no meio para tentar “apaziguar” a situação dos dois líderes que “rosnam” um para o outro diariamente. Em discurso na ONU nesta semana, Trump garantiu que não vai tolerar tratamento hostil ou ameaça de quem quer que seja e pediu ajuda aos países aliados. Deu um recado direto para a Coreia do Norte cujo representante não ficou no salão para ouvir o que o país inimigo tinha a dizer. Em meio a essa “Guerra Fria” que vivemos tem também a crise climática global, a crise dos refugiados na Europa, os fenômenos meteorológicos que assolam cidades, a fome que ainda assola milhares de pessoas na África, entre outras. As notícias acontecem a todo momento e cabe aos meios de comunicação divulgá-las. O autor Nelson Traquina aborda em seu livro “Teorias do Jornalismo” que a profissão deve ser como algo muito maior do que simplesmente dar uma informação. É uma atividade que deve ser vista pelos jornalistas como uma missão, apesar de tudo. E é. Enquanto isso, que venham à tona também as notícias boas da comunidade, como a do trailer de brasileiros recuperado em Orlando após a divulgação no jornal e em redes sociais e com a ajuda de outros brasileiros. Porque nem só de furacões, terremotos, guerras, doenças e acidentes vive o GAZETA!