Em seis anos, quase 500 brasileiros foram vítimas do tráfico de pessoas. Desse total, 337 casos, que representam mais de 70% dos registros feitos de 2005 a 2011, referem-se à exploração sexual. Mais 135 ocorrências tratam de trabalho análogo à escravidão. As informações são da “Agência Brasil”.
Os dados foram divulgados, no dia 16, em diagnóstico preliminar sobre o tráfico de pessoas no Brasil, elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
O levantamento mostra que a maioria dos casos foi registrada nos estados de Pernambuco, da Bahia e de Mato Grosso do Sul.
Segundo o diagnóstico, a maioria das vítimas brasileiras tem como destino os países europeus Holanda, Suíça e Espanha.
O Suriname, que funciona como rota para a Holanda, é o país com maior incidência de brasileiras e brasileiros vítimas de tráfico de pessoas, com 133 casos, seguido da Suíça, com 127. Na Espanha, o número de vítimas chegou a 104 e, na Holanda, a 71 pessoas.
Um relatório do Departamento de Estado norte-americano de 2006 já afirmava que o Brasil “exporta” prostitutas brasileiras para 12 países: Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Paraguai, Portugal, Rússia, Espanha, Suíça e Reino Unido.
Além do tráfico interno de pessoas e também de prostitutas, o Brasil é mencionado no relatório, inclusive, pela “exportação” de travestis, estes especialmente para a Europa e Ásia, tecendo críticas a falta de assistência do governo brasileiro às vítimas de exploração sexual – na maioria, mulheres e crianças. Para introduzir os travestis na Europa, a máfia do tráfico costuma usar rotas com menos chances de deportação: de avião até Suíça, Holanda ou França e de carro ou ônibus até Milão e Madri.