Por: Letícia Kfuri
A loja brasileira Celular Zone, que funciona no mall do supermercado Latino, na Dixie Highway, foi assaltada na manhã de segunda-feira(21), por um homem negro, armado com um revólver, que fugiu a pé, levando $400 do caixa. Esta foi a quarta loja invadida por assaltantes, em Broward, em menos de uma semana.
A gerente da loja de celulares, Carolina Junqueira, disse que o assaltante aparentava entre 17 e 20 anos, vestia um moleton negro com capuz e usava uma bandana escondendo o rosto. “Ele estava meio nervoso, me xingando, querendo dinheiro. Dei $200, ele disse que queria mais, passei mais uns $200. Ele já ía saindo quando voltou para me ameaçar para que eu não ligasse para a polícia, e saiu pulando, satisfeito com o dinheiro”, conta Junqueira.
Embora as câmeras de segurança da Celular Zone tenham registrado a imagem do assaltante de costas, e com as cores distorcidas, as câmeras do restaurante Chico’s Place, que fica no mesmo mall, mostraram o rosto do assaltante que, dois minutos antes, parou em frente ao restaurante para colocar a bandana no rosto.
Pelo menos oito carros da polícia foram acionados para o local, e um helicóptero está sobrevoando a área. Junqueira lamenta que, nas duas primeiras vezes que ligou para o telefone 911, logo que o ladrão saiu da loja, ninguém tenha atendido a chamada. “Liguei duas vezes, chamou várias vezes e ninguém atendeu. Liguei para o dono da loja, e ele me disse que insistisse. Só então a polícia atendeu. Chegaram aqui em cinco minutos.
Na madrugada de terça-feira(15), pelo menos duas pessoas, cujas imagens foram gravadas pelas câmeras de segurança, já encaminhadas à polícia, entraram em três lojas do Village Shops, localizado na Fede-ral Highway, em Deerfield Beach. Os assaltantes não tiveram pressa. De acordo com a polícia, permaneceram no local por, pelo menos, três horas. Utilizaram, além de uma escada, uma maquita e até uma britadeira. Ao todo, invadiram três lojas, e fugiram levando computador, uma câmera e pequena quantidade em dinheiro. O levantamento oficial do prejuízo ainda não foi divulgado.
Segundo os policiais, com uma escada, os ladrões subiram ao teto do Creative Studio, fizeram um buraco, desceram as escadas, abriram um segundo buraco na parede e tiveram acesso à Tax House, também de propriedade de um brasileiro. A intenção dos assaltantes, de acordo com os policiais, era chegar até o Pawn Shop, vizinho à Tax House, e arrombar o cofre. O proprietário do Pawn Shop não quis comentar o roubo.
Cofre
De acordo com Breno Gomes, proprietário da Tax House, os assaltantes quebraram móveis e reviraram sua loja. “Eles abriram o nosso caixa e levaram $500 em dinheiro”, contou. Ele acredita que os marginais sabiam da existência do cofre na loja vizinha. “Esses caras vieram especificamente já sabendo que esse cofre existia porque já chegaram furando as paredes em busca do cofre”, disse Bruno.
Antecedentes
No ano passado, houve três assaltos a lojas do mesmo mall, e a polícia suspeita da participação de brasileiros. O mais recente, ocorreu em dezembro, quando os marginais invadiram o Supermercado e Açougue Brasileiro, levando cheques e dinheiro. Outra loja assaltada anteriormente, no mesmo mall, foi a ACC Computers, em setembro do ano passado.
- Eu não sei se há relação com os roubos anteriores. Podem até ser as mesmas pessoas, mas a minha opinião é que isso é um reflexo da situação do País. O próprio policial comentou comigo que os crimes têm aumentado nesta região, recentemente”, disse Breno.
Segurança
O proprietário do Creative Studio, Junior Gonçalves, afirma que de sua loja levaram um computador com tela de 17 polegadas. Ele também não tem dúvidas de que os assaltantes conheciam o local. “Não sei exatamente se conheciam o local em detalhes, mas alguma coisa conheciam”, disse. Ele acredita que a solução para o aumento dos casos de roubos seria a contratação de guardas privados de segurança. “A questão é o proprietário do mall oferecer mais segurança”, disse.
Alarme
Embora apenas o Pawn Shop tivesse câmeras de segurança, todas as lojas possuem alarme e “motion detector” (detector de movimento), que não foram disparados. “O alarme estava ligado, mas souberam driblar. Não passaram pelo detector de movimento porque entraram pelo teto”, lamentou Gonçalves.
Oficiais do Broward Sheriff Office acionaram o Crime Scene Unit, que reco-lheu impressões digitais de todos os locais aos quais os ladrões tiveram acesso.

