Quem será que vence no cabo de guerra? - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Nas semanas após as eleições, vemos um novo mapa estabelecendo a geografia americana: Colorado e Washington legalizaram o uso da maconha, Maryland, Maine e Washington aprovaram o casamento gay, sendo acrescentados à lista de outros estados, como Nova Inglaterra, Nova York, Maryland, a parte norte do centro-oeste e o estado de Washington. Uma matéria sobre o casamento gay publicada no “Los Angeles Times” pergunta, ao final: será que uma casa dividida contra si própria consegue ficar em pé, com metade a favor do casamento gay e metade fiel aos costumes tradicionais?

Podemos levar esta questão além do casamento gay e legalização da maconha, - que por sinal, está tendo implicações internacionais na América Central e sua guerra contra o tráfico internacional de drogas, que causa milhares de mortes todos os anos.

E se, tratando-se de imigração, os estados pudessem ter passado todas aquelas leis propostas nos últimos anos, sem serem acusados de irem contra a autoridade federal? Imigrantes seriam deportados do Arizona, mas poderiam trabalhar no programa de trabalhadores convidados de Utah, e ainda passariam longe da Geórgia...  Quando nos perguntamos como estados tentam passar leis que se tornam inconstitucionais, talvez a resposta seja: estados nesse país têm tanta autonomia em outras áreas, por que não tentar?

Poucas horas depois das eleições, marcadas pelo voto das minorias latinas, negras, mulheres, etc, republicanos começaram a falar em reforma imigratória, admitindo que não adianta ignorar a força das minorias. Agora, podemos esperar por muita especulação nos meses que se seguem, até que finalmente saia algo, isso se realmente sair, sobre a tão esperada reforma imigratória.

Com os resultados dessas eleições, há dois caminhos. Admitir e realmente continuar dando voz às minorias, que crescem a cada ano, com maior representação política – o que levará o partido republicano a uma reforma. Ou o aumento de uma oposição e conservadorismo extremo dos estados mais conservadores. Quem será que vence esse cabo de guerra?

Analistas dizem que sem ter que se preocupar com um segundo mandato, o presidente Barack Obama deve ir em frente em relação a seus planos em relação à imigração e reforma do sistema de saúde. Na Flórida, vemos que o governador republicano Rick Scott considerou rever sua posição contra o que republicanos chamam de “Obamacare”, dizendo que somente “não” como resposta talvez não ajude.

Sem a preocupação com a reeleição ou não reeleição de Obama, quem sabe as coisas realmente possam fluir, mesmo que em um país tão polarizado?

Enquanto isso tudo acontece, residentes em Nova York e New Jersey reiniciam suas vidas, pouco a pouco, depois da devastadora tempestade Sandy. Além de serem surpreendidas pela tempestade, essas vítimas estão ainda mais admiradas com a ação de voluntários, incluindo um grupo de brasileiros que viajou para a região para colocar as mãos na massa.