Quinze anos depois de ser enviado a Cuba, menino Elián diz que viajaria aos EUA

Por Gazeta News

Cubans Adrift
[caption id="attachment_86946" align="alignleft" width="300"] Elián Gonzales, quando foi enviado a Cuba e, hoje em dia, aos 21 anos.[/caption]

Elián González era apenas uma criança quando um juiz determinou que ele tinha que ser devolvido a seu pai em Cuba. Quinze anos depois, ele não lembra nem um pouco a imagem do menino de 6 anos aterrorizado com uma arma apontada por um agente federal americano, que cumpria a ordem de retirá-lo da casa de parentes em Miami e devolvê-lo a Cuba.

Em uma rara entrevista a canal de TV americano “ABC”, Elián, hoje com 21 anos, diz que gostaria de viajar aos Estados Unidos para agradecer pessoalmente as pessoas que o ajudaram no pouco tempo em que viveu no país.

Em novembro de 1999, González foi o pivô de uma disputa legal entre Cuba e EUA, após ser resgatado por pescadores americanos. Ele tentava atravessar o estreito da Flórida em uma balsa que naufragou, matando sua mãe e o namorado dela.

Depois de resgatado, o menino foi entregue a parentes em Miami, mas seu pai o exigiu de volta, dando início a uma batalha por sua custódia que reacendeu as divergências entre a Cuba comunista e a comunidade de dissidentes cubanos na Flórida.

Na entrevista, Elián disse que não se ressente da decisão de seu pai de fazer com que voltasse a Cuba em vez de deixá-lo com sua família em Miami, mas disse que, se tivesse a oportunidade de viajar para algum lugar no mundo, iria para os EUA para agradecer aqueles que o ajudaram depois de ser resgatado no mar.

“Talvez algum dia eu possa visitar os EUA e pessoalmente agradecer às pessoas que nos ajudaram, que estavam do nosso lado, porque estou muito agradecido pelo que fizeram”, afirma o jovem de 21 anos.

Em um momento em que os dois países estão trabalhando para estreitar suas relações após mais de 50 anos de paralisação, González aponta que também gostaria de ir aos EUA para assistir uma partida de beisebol, visitar os museus de Washington e falar com americanos. Seu pai, Juan Miguel Gonzalez, também falou à “ABC News”.

“Nunca pensei que fiz a decisão errada. Por todo o tempo, tive certeza de quais eram os meus princípios e do que eu queria”.

LEMBRANÇAS DO NAUFRÁFIO

Na entrevista, o jovem também falou das lembranças que tem do naufrágio da balsa em que viajava e dos pescadores que o resgataram.

“Estava sozinho no meio do mar e isso é a última coisa que me lembro”, disse o jovem, que afirma que sua mãe não está viva hoje porque “lutou por ele até o final”. “Lembro de quando me colocaram na balsa e minha mãe me cobria e eu levantava a cabeça olhando ao redor.... e em um momento levantei a cabeça e não vi mais nada”, lamentou.

Hoje, González estuda engenharia e está noivo de Ilianet Escaño, uma estudante de biologia de 22 anos.