Radioatividade de exames pode disparar alarme de aeroporto

Por Gazeta Admininstrator

Alguns exames médicos que usam elementos radioativos, os radioisótopos, podem deixar radioatividade o bastante no corpo de uma pessoa a ponto de disparar alarmes de detectores em aeroportos.
Segundo um artigo publicado na revista cientítica Lancet pessoas que passaram por exames de tiróide, ossos ou coração, que usam os radioisótopos, podem disparar os alarmes até 30 dias depois do procedimento.

O professor Richard Underwood, especialista em medicina nuclear do hospital Royal Brompton em Londres, afirmou que os efeitos colaterais destes exames precisam ser melhor explicados para os pacientes.

O médico também pediu que os pacientes recebam cartões de informação a respeito dos exames realizados e se foi usado algum elemento radioativo que pode disparar os alarmes.

"Aeroportos do mundo todo adotaram medidas mais rígidas e sistemas de detecção de radioatividade mais sensíveis. Deveria ser uma prática o fornecimento de cartões de informação aos pacientes depois de procedimentos envolvendo estes radioisótopos", disse o médico.

Parado em Moscou

O artigo na revista Lancet destaca o caso de um piloto comercial de 55 anos que passou por um exame do coração usando o elemento radioativo tálio.

Dois dias depois do exame, o piloto viajou para Moscou, na Rússia, como membro de uma tripulação.

Quando passou pelo controle do aeroporto, os alarmes detectores de radioatividade dispararam e o paciente foi detido pela polícia, para interrogatório.

Depois de horas de questionamento, ele foi liberado, mas passou pelo mesmo problema no mesmo aeroporto quatro dias depois.

As autoridades de segurança do aeroporto deram ao piloto um cartão onde havia a explicação que os alarmes disparavam porque ele havia passado por um exame usando um elemento radioativo.

Segundo o professor Underwood , os cartões como o recebido pelo piloto devem conter a data e o local do exame, o tipo de radioisótopo usado e a duração de seus efeitos e emissões radioativas potenciais, vindas do paciente e detalhes sobre quem deve ser contactado em caso de verificação.

"Cartões de informações do paciente devem diminuir o impacto destes falsos alarmes e evitar interrogatórios desnecessários feitos pelas forças de segurança dos aeroporto", disse.