Acusado de golpe de R$20 milhões no Brasil é preso no Texas

Por Gazeta News

A polícia do Rio de Janeiro confirmou, no dia 19, que o empresário Rafael Miranda Caram, de 32 anos, foragido da Justiça por suspeita de estelionato e associação criminosa, foi preso em Houston, no Texas, no dia 14, por estar ilegal no país.

Caram é acusado de aplicar golpe em pelo menos 50 pessoas e sair do Brasil com cerca de R$ 20 milhões das vítimas.

Em maio do ano passado, o GAZETA descobriu que Caram estava entre os investidores do restaurante Figueira Brazilian Grille & Pizza Bar, em Orlando.

Quando Caram chegou aos Estados Unidos, se casou com uma cidadã americana para conseguir o visto. Mas o casamento ocorreu, no entanto, antes que ele se divorciasse oficialmente no Brasil. A americana, então, anulou o casamento com medo de se prejudicar e ser presa. Caram então ficou sem documentos de imigração nos EUA. Com a anulação do casamento, o processo de imigração de Caram para pedido de residência foi cancelado.

Foi a polícia brasileira que descobriu que Caram estava praticando o crime de bigamia e a troca de informações entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro e as autoridades americanas através da polícia do Consulado Americano no Rio de Janeiro foi fundamental para o desfecho do caso.

O caso Em maio do ano passado, a 36ª Vara Criminal expediu mandado de prisão contra Caram pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Segundo a investigação, ele fugiu para Orlando com cerca de R$ 20 milhões, após aplicar um golpe que envolveu pelo menos 50 vítimas, incluindo amigos dele, no Rio de Janeiro.

De acordo com os investigadores, ele usava sua rede de amigos para atrair dinheiro para supostos fundos de investimentos, dos mais variados – e inexistentes – negócios. No início, depositava o lucro para os investidores, mas, quando o negócio cresceu muito, segundo contaram os amigos, deixou de pagar e foi morar nos Estados Unidos.

Segundo as vítimas, Caram, que morava em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, recrutava pessoas para aplicar dinheiro e dizia que daria lucro de 16% do valor investido a cada 40 dias. O mínimo a ser investido seria sempre R$ 50 mil.

Com o tempo, no entanto, esses investidores começaram a perceber indícios de que haviam caído num golpe.

Um dos investidores, segundo o Portal dos Procurados, teve prejuízo de R$ 300 mil. César Trotte disse que, sem citar o esquema da pirâmide, Rafael Caram inventou investimentos em aço e venda de diesel. Para cada vítima, ele citava um tipo de investimento distinto. Trotte teve lucro no início, investiu mais, mas parou de receber o valor prometido.

Outra vítima, o administrador Frederico Siciliano, de 31 anos, foi convidado a investir em diesel para caminhões. A promessa era de uma rentabilidade de mais de 50% ao ano. Depois de questionar e relutar, “entrei com R$ 50 mil mediante uma nota promissória de 10 parcelas de R$ 8 mil, com juros de R$ 30 mil propostos por ele”, relatou. “Depois de muito esforço, consegui apenas duas parcelas de R$ 8 mil de volta”.

Caram teria até fraudado balanços de uma estatal para convencer os investidores. Pressionando Rafael Caram pelo retorno financeiro, as vítimas ouviram justificativas como a CPI da Petrobras havia paralisado tudo. Foi aí, de acordo com Trotte, que Caram disse que estava nos EUA resolvendo problemas.

Fonte: G1.