Rascunho Zero da Rio+20 - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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O documento “Rascunho Zero” (Zero Draft) é proveniente de uma iniciativa do Segundo Encontro Intersessional da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), e servirá como base de ideias para um Documento Final a ser elaborado na Rio+20. O rascunho também é denominado como “O Futuros que Queremos” e resume 6.000 páginas encaminhadas pelo 192 países membros da ONU, além de instituições oficiais e sociedade civil. O rascunho apresenta, além de ideias, sugestões e comentários de 643 propostas apresentadas pelos diferentes países. A ONU visa garantir um compromisso político renovado para o desenvolvimento sustentável. Segundo os especialistas, é um material indispensável para focar melhores rumos às negociações para a sustentabilidade e recuperação do planeta Terra. O documento serve de referência base para novas políticas e práticas de sustentabilidade para os próximos anos, além de revelar que o atual modelo de produção, consumo e crescimento é inviável para o futuro do planeta e da sociedade. O rascunho pode ser lido na íntegra por meio do seguinte link: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/OFuturoqueQueremos_rascunho_zero.pdf No documento foi encontrado, dentre as 643 propostas enviadas pelos países membros, 133 repetições da palavra “sustentável” e 39 de “verde”. As suas 19 páginas será um dos principais materiais a serem discutido pelos líderes e representantes de cada nação. Perante a Rio+20 fica a expectativa de novas visões, projetos e aplicações verdadeiramente prontas para serem cumpridas pelos governos do mundo, e que possam culminam num equilíbrio entre soluções para o mercado, para a sociedade e, principalmente, para o meio ambiente. Enxergar um novo sentido mercadológico, na opinião de ambientalistas e cientistas exige um alto nível de renúncias no ritmo e no estilo de produção, e no hábito de consumo mantido pelo tradicional capitalismo que hoje se encontra em crise e à beira de uma reflexão coletiva, principalmente pelas crises sociais, políticas, econômicas e ambientais mantidas pelo seu sistema e presentes de maneira crônica no centro das principais economias do mundo nos anos 2000. Porém, a repetição dos termos referidos anteriormente, mostra o sentido para as futuras negociações favoráveis ao planeta e à vida.