Por: Letícia Kfuri
Conhecido pelo público brasileiro pelo sucesso nas pistas, o mineiro Cristiano Piquet, que vive em Miami, agora faz também sucesso na TV. Ele participa do reality show “Setup”, que vai ao ar às quinta-feiras no canal a cabo Speed Channel. O programa consiste da disputa de 24 pilotos, em 10 equipes, que tentam conseguir, nas pistas, um prêmio de $100 mil e a chance de participar da Rolex 24, em Daytona, uma prova de resistência com carros esportivos, mundialmente conhecida.
Apesar da experiência como corredor, Cristiano diz que participar de um reality show, mesmo sendo como piloto, foi um desafio. “A parte mais difícil foi jogar o jogo. Na verdade, não era uma prova apenas, era uma competição, um jogo e um show. Eles falavam o tempo inteiro isso: It’s a competition, a game and a show. A minha vantagem foi a experiência. Eu tenho muito mais experiência do que todos os outros pilotos que estavam lá, e era o favorito, desde o início. Mas o final não posso contar”, diz Cristiano, explicando que as gravações do programa já terminaram, embora o final ainda seja sigiloso, uma vez que mais dois capítulos ainda vão ao ar. “Só posso dizer que no final haverá uma grande virada”, conta.
Há cinco anos fora das pistas como piloto profissional, e dedicando-se ao mercado de imóveis, Cristiano diz ter aceito o convite para participar do programa não pelo prazer de voltar às pistas. “Um dos motivos pelos quais aceitei foi o fato de que eu imaginei que essa exposição na mídia me traria mais negócios. E foi exatamente o que aconteceu. Estou tendo mais de 8 mil visitas por semana no meu website”.
Cristiano é também o anfitrião das festas promovidas pelo canal para divulgação do programa Setup, que ocorrem todas as quintas-feiras em um restaurante na Brickell Avenue, em Miami.
Em seu website, Cristiano define sua visão em relação às pistas e ao atual trabalho. “Automobilismo é a minha paixão. Mercado imobiliário é o meu negócio”. Cristiano afirma estar feliz com seus negócios, e assegura que não sentiu saudade das pistas durante as gravações do programa. “Fiz isso muito tempo. Corri em mais de dez países, corri para nomes como Lamborghini, Masseratti e Ferrari, nas mais diversas pistas, matei minhas vontades. Estou muito feliz no real estate”, diz Cristiano.
Ele conta que sua experiência como piloto ajudou a impulsionar seu sucesso no mercado imobiliário. “Meu espírito de competição ajudou muito. Sou muito competitivo, tanto é que, quando entrei para o real estate, fui campeão de vendas para a minha companhia. O meu negócio era ser o primeiro, e ganhei de profissionais que estavam no ramo há 20 anos. Esse é um ramo muito competitivo e, por isso, sou apaixonado por ele, porque compete-se para ganhar dinheiro, diferentemente das corridas, em que, muitas vezes, se tem que colocar dinheiro”, acrescenta.
O que boa parte dos analistas financeiros chama de crise do mercado imobiliário, Cristiano, que tem 40% de sua clientela de brasileiros, chama de oportunidade. “O mercado nunca esteve tão favorável para quem queira comprar. É o que mais tem. Agora estou vendendo mais do que nunca. Na verdade, as vendas crescem a cada ano. Falo do mercado imobilário tradicional, da pessoa que quer sair de um apartamento para uma casa, do aluguel para o apartamento próprio, ou aproveitar o momento do mercado, que está super favorável e fazer um investimento. Os preços realmente caíram e está muito bom de achar oportunidades. Afinal, quem não quer comprar um apartamento pela metade do preço? Me especializei em achar propriedades abaixo do valor de mercado. Atendo a todos os segmentos de compradores. Já vendi imóveis de $200 mil e de $7 milhões”, detalha Cristiano.
Ele assegura que nem pensa em voltar para as pistas. “Várias vezes já me disseram que eu deveria voltar. Mas essa minha transição para o mundo dos negócios aconteceu muito naturalmente. Comecei investindo 10% do meu tempo no mercado imobiliário, quando já estava investindo 90%, e percebi que o real estate estava me dando mais prazer. O automobilismo é muito ingrato, tem prazo de validade. Um piloto com 30 anos é considerado velho. Acho que fui muito sábio de fazer essa mudança na hora certa”, avalia.

