A economia norte-americana deverá enfraquecer mais, e poderá encontrar-se no início de 2008 à beira de uma recessão. Será possível, no entanto, conseguir evitá-la, segundo um estudo publicado pelo banco suíço UBS.
A economia norte-americana encontra-se, em finais de 2007, em um ponto em que, na nossa opinião, a possibilidade de uma recessão é dada, sublinha o estudo elaborado pelo ramo de gestão de pa-trimônio do primeiro banco suíço.
Por pouco
O documento observa ainda que “os Estados Unidos vão, no entanto, conseguir evitar por pouco uma recessão”, considerando que o Federal Reserve (FED – Banco Central norte-americano) desempenhou o seu papel ao baixar por várias vezes a sua taxa de juros.
Os importantes fluxos do tesouro e o fraco nível de endividamento das sociedades americanas indicam igualmente que uma recessão será evitada, considera o UBS.
PIB
Para o ano de 2008, o banco reviu em baixa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos para 1,8%, contra 2% em 2007.
A crise do mercado da habitação nos Estados Unidos e as suas repercussões nos setores financeiro e do consumo continuarão, provavelmente, a pesar sobre o crescimento global no próximo ano - prossegue o estudo acrescentado que “o crescimento mundial terá culminado e será menos vigoroso em 2007”.
Salários
O banco suíço aponta, no entanto, para “uma ligeira aceleração do crescimento dos salários no próximo ano, e no ano seguinte”, devido à falta de pessoal qualificado em certos setores.
Esta situação deverá proporcionar um crescimento sólido do consumo, sobretudo na Alemanha, nota o UBS.
Para a China, o estudo aponta para 2008 um abrandamento do crescimento para 9,8%, contra 11,1% em 2007. Devido aos riscos de inflação e sobreaquecimento da economia, o UBS antecipa uma reação forte das autoridades chinesas para enfrentar estes dois riscos.
Níveis preocupantes
O risco de uma recessão nos Estados Unidos chegou ao maior nível em mais de três anos e o Federal Reserve (Fed) deveria fazer algo para evitar isso. É o que aponta pesquisa realizada pelo jornal americano “The Wall Street Journal” divulgada na terça-feira(11).
O “WSJ” consultou 52 economistas para a pesquisa. As chances de uma recessão no país agora estão em 38% - no mês passado, a chance de uma recessão no país mostrada pela pesquisa era de 33,5%.
Gastos
A economista Kathleen Camilli, da Camilli Economics, disse ao “WSJ” que “a dinâmica interna da economia americana irá se deteriorar e chegar à recessão” neste trimestre. “O crescimento será negativo, o número de empregos criados será revisto para baixo e, até onde posso ver, os gastos dos consumidores estão declinando rapidamente”, disse.
“Todos os consumidores americanos, ricos ou de classe-média, restringem seus gastos quando vêem seus investimentos em imóveis pararem de se valorizar ou começarem a perder valor. Isso já está em curso e se intensificou com o aumento dos preços do petróleo”, afirmou Camilli ao “WSJ”.
Crescimento
A expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos EUA foi reduzida para 0,9% no quarto trimestre, contra a estimativa anterior de 1,6%. Três dos economistas ouvidos disseram que a economia americana deve crescer 1,5% no primeiro trimestre de 2008 - no mês passado, a expectativa para o período era de um crescimento de 1,9%.
Ainda que a economia no trimestre passado não tenha apresentado sinais de ter sido atingida pela crise de crédito - o PIB americano cresceu 4,9% entre julho e setembro (dado revisado) -, a crise, segundo analistas, ainda deve levar tempo para passar.

