Recessão estimula criminalidade

Por Gazeta Admininstrator

Os chefes de polícia dos Estados Unidos dizem que a crise econômica está provocando um aumento da criminalidade, e alertam que cortes orçamentários podem deixá-los de mãos atadas contra essa tendência, segundo um relatório divulgado na terça-feira(27).

Entre 233 agências policiais incluídas no estudo do Fórum de Pesquisas Executivas Policiais, de Washington, 44 por cento apontaram um aumento em certos tipos de crimes que, segundo eles, podem ter correlação com a crise econômica, a pior no país em sete décadas.
A pesquisa, realizada entre o final de dezembro e começo de janeiro, também mostrou que 63 por cento das polícias planejam reduções de gastos para o próximo ano fiscal.
“Não estamos dizendo que haverá uma onda de criminalidade, mas dizemos que este é um alerta, e antevemos que a situação vai continuar a se deteriorar”, disse à Reuters o diretor-executivo do Fórum, Chuck Wexler.
Há muito se debate a correlação entre criminalidade e situação econômica. Criminologistas, sociólogos e policiais ouvidos em outubro pela Reuters previam um aumento na criminalidade nos EUA por causa da recessão. Isso acontece em todas as recessõess, pelo menos, desde o final da década de 1950, segundo os sociólogos.

“Sabemos que, quando os departamentos de polícia notaram aumentos nos crimes violentos, em 2005 e 2006, foram capazes de reagir rapidamente, usando horas extras para inundar locais de alta criminalidade com patrulhas adicionais e enviando unidades especializadas”, disse Wexler em nota à imprensa.

“Isso ajudou a reduzir novamente a criminalidade em 2007 e no primeiro semestre de 2008. A ameaça constituída pela crise econômica é que muitos departamentos não poderão mais ter essas opções disponíveis para manter a criminalidade e a violência baixas.”

Das 100 agências que vincularam o aumento dos crimes à crise, 39 apontaram um aumento dos assaltos, 32 citaram aumento nos furtos de residências, e 40 por cento disseram ter havido aumento dos furtos de automóveis.
Em média, cada instituição participante da pesquisa planeja uma redução de 6,24% nas suas verbas, e muitas já reduziram o montante disponível para diversas atividades.