Rede de tráfico internacional é desmantelada em operação da PF com apoio do ICE

Por Gazeta News

Uma rede de tráfico internacional foi desmantelada pela Polícia Federal de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 31, em operação contra o contrabando de imigrantes do sul da Ásia para o Brasil e depois para os Estados Unidos via México. A ação inclui ainda lavagem de dinheiro e foi deflagrada simultaneamente em outros 20 países da América do Sul e Central. A Flórida é o primeiro estado a ensinar prevenção de tráfico humano nas escolas No Brasil, oito pessoas foram presas. Agentes da polícia internacional cooperaram com a Polícia Federal e com o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). Foram cumpridos oito mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra, na Grande São Paulo e em Garibaldi, no Rio Grande do Sul, segundo comunicado da PF. Após denúncias, em maio de 2018 a polícia começou a investigar estrangeiros domiciliados em São Paulo que estariam liderando organização criminosa voltada à promoção de imigração ilegal de pessoas para os Estados Unidos. Segundo as investigações, enquanto estavam em São Paulo, os migrantes sofriam mais-tratos como cárcere privado, agressões físicas e psicológicas. Oito pessoas foram sequestrados por cartéis de drogas mexicanos, na cidade de Nuevo Laredo, na fronteira do México com os Estados Unidos. Flórida é o terceiro estado com mais casos de tráfico humano nos EUA Rota de tráfico internacional A polícia apurou que o grupo criminoso providenciava solicitações de refúgio ou o fornecimento de documentos de viagem falsos (passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos) a imigrantes de países do Sul da Ásia: Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão. Com os documentos, os imigrantes saim de seus países com destino ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, iam para o Acre, atravessavam a fronteira com o Peru e seguiam até a fronteira do México com os Estados Unidos. Lavagem de dinheiro A 10ª Vara Federal Criminal Especializada em Lavagem de Dinheiro de São Paulo e pela Justiça Federal do Acre determinou o bloqueio judicial de 42 contas bancárias utilizadas na prática dos crimes. De acordo com as investigações, os criminosos movimentaram no Brasil US$ 10 milhões entre 2014 e 2019. Os integrantes da organização criminosa devem responder por crimes de contrabando de migrantes, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação. Além da cooperação da polícia internacional, houve ação controlada, interceptação telefônica e de e-mails, quebras dos sigilos bancário e fiscal, dentre outras medidas investigativas.