A rede planetária - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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Em tempos de novas tecnologias, estamos acostumados ao uso de arquivos virtuais em ambientes off e onlines, seja para o uso e compartilhamento de imagens, músicas, textos e dados técnicos, principalmente, por meio das mídias sociais como Facebook, Twitter e Google +. Segundo Philip Kotler, o pai do marketing moderno, vivemos a quarta onda que abrange o valor da tecnologia, da cultura e dos negócios no contexto socioambiental da sociedade.

A primeira onda surgiria com a agricultura; a segunda, com a indústria; e a terceira, por meio da tecnologia da informação. Vivemos numa época em que tudo é informação e conteúdo, a grande promessa da web 3.0 é a implementação da nuvem de computadores acessível para todos, para a guarda e o acesso gratuito de arquivos e softwares sem a necessidade de disco rígido ou memória em seu computador pessoal. Por outro lado, a grande promessa da biotecnologia é transformar células e moléculas em informação, o que acelerará o tratamento e a cura de doenças.

Seremos seres mapeados geneticamente e biologicamente, cada um de nós terá uma gaveta de informações sobre nossos genes e condicionamentos vitais guardados nessas nuvens virtuais de arquivos que poderão ser acessados por nós a partir de qualquer dispositivo digital (não falo mais em computador composto por pesadas peças) com acesso à internet gratuita e comum, os mesmos dados poderão ser acessados via senha pelos nossos médicos e hospitais. Por enquanto, não abordaremos sobre os chips da Mondex, que planejam implantar em nossos pulsos, dos quais sou profundamente contra. Afinal, o que eles fariam com um mendigo que utilizasse um Mondex na mão? Seria apenas um faminto mapeado.

Além de nossos dados biológicos, nossos desempenhos na área acadêmica e escolar; informações pessoais, arquivos consultados e gerados por nós na internet; e todos nossos atos digitais seriam guardados automaticamente nesta mesma “gaveta” endereçada nesse grande servidor virtual internacional referido como grande “nuvem”. Esse estrondoso avanço traria benefícios para o nosso dia a dia, mas profundas perdas à nossa privacidade, ao nosso direito de errar (desde que o erro não maculasse o próximo) e de aprender com os nossos erros individuais. A sociedade seria um CTRL+C e CTRL+V de experiências multiplicadas.

Porém, independente desse avanço tecnológico conjuntural, o planeta Terra já é um grande servidor de elos vitais que estão sendo desligados um a um a partir das ações poluidoras da humanidade. Ações que enfraquecem as florestas, os grupos de espécies da fauna e flora, a renovação de nossas águas e, consequentemente, a perda de transmissão de informação natural de uma célula para a outra. Temos um servidor natural, basta utilizarmos a quarta onda, compromissada com as questões socioambientais de maneira sincera, e não somente atrelada à produção de “quinquilharias” pintadas de verde. Caso contrário, perderemos o chão, teremos gavetas digitais nas nuvens virtuais e todos baixarão a canção de Bob Dylan, It’s All Over Now, Baby Blue, somente para lembrar de um distante tempo de felicidade.