Registro eleitoral de latinos bate recorde por causa de Trump

Por Gazeta News

donald trump

A retórica anti imigrante de Donald Trump, agora o único candidato republicano e provável indicado para disputar as eleições presidenciais de novembro, tem estimulado uma reação de hispânicos nos Estados Unidos, com aumento no registro de eleitores e nos pedidos de naturalização - o primeiro passo para o exercício do direito ao voto. Nos seis meses encerrados em janeiro, o número de processos de cidadania subiu 14,5% em relação a igual período do ano anterior.

Os latinos são a parcela do eleitorado americano que cresce mais rapidamente e poderão ser decisivos para na disputa entre Trump e a provável candidata democrata, Hillary Clinton. No ano 2000, eles representaram 7% dos que foram às urnas. Na reeleição de Barack Obama, em 2012, já eram 11%. A previsão é de que o porcentual chegue a 12% nas eleições de novembro.

Em 2008 e 2012, o voto latino foi um dos principais fatores que garantiram a vitória de Obama em 2008 e 2012, ao definir a eleição na Flórida, Nevada e Colorado.

Esses são alguns dos chamados "swing states", que se alternam entre os dois partidos que dominam a política americana. Nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, os republicanos ganharam nos três Estados.

Dados do Pew Research Group indicam que o eleitorado de 2016 será o mais diverso da história dos EUA, com 31% de participação de negros, hispânicos, asiáticos e outras minorias - um aumento de 2 pontos porcentuais em relação à disputa de 2012. No ano 2000, quando George W. Bush venceu o democrata Al Gore, os brancos eram 78% do eleitores. Agora, estão por volta de 69%.

Em 2012, Obama teve mais de dois terços dos votos entre as minorias que compõem o eleitorado americano: hispânicos (71%), negros (93%) e asiáticos (73%). Entre os brancos, apenas 39% optaram pelo atual presidente dos EUA. Seu adversário republicano, Mitt Romney, conquistou 59% dessa parcela do eleitorado.

Se os mesmos porcentuais forem mantidos na eleição de novembro, Trump terá de conquistar no mínimo 63% do voto branco para vencer. Mas Adrian Pantoja, analista sênior da empresa de pesquisas Latino Decisions, considera pouco provável que o candidato repita os 27% de seguidores hispânicos que optaram por Romney. Em sua estimativa, o percentual ficará pouco acima de 20%, o que ampliará a parcela de votos brancos que o republicano terá de conquistar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.