Relacionamento familiar proporciona a autoestima

Por Rosana Brasil

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"Os Ratinhos Desobedientes" O ratinho e a ratinha eram dois irmãos que viviam com sua mãe numa toca. Sua mamãe dava-lhes todo alimento de que necessitavam e não tinham nada com que se preocupar. Nenhum dos dois gostava quando a sua mãezinha os mandava dormir, e obedeciam sempre contrariados. Numa bela noite, saíram à procura de seus amigos. Por mais voltas que dessem, não encontraram nenhum de seus amigos; esses, é claro, dormiam um soninho descansado. Continuaram andando, até perceber que tinham se afastado muito de sua casa; não conheciam a paisagem que os rodeava. Sentiram medo porque o vento começou a uivar e a escuridão tornava-se ameaçadora. Abraçaram-se um ao outro, e, de repente, ouviram um ruído. Estremeceram espantados. Seria um gato? O tempo parecia ter parado e o responsável pelos ruídos aproximava-se. Começaram a bater os dentes de medo, incapazes de fazer qualquer movimento. Sentiam que tinha chegado a sua última hora. A mãe saíra à procura deles e tinha sido ela quem havia feito o barulho. Os dois ratinhos regressaram a casa muito contentes. Haviam passado um mau bocado. Não há nada como a nossa casa. Não há nada como a certeza que somos amados principalmente quando estamos perdidos.

Durante o convívio em família forma-se o conceito do nosso “eu”. Ou seja, de que o que aprendemos desde cedo e vivemos com nossos familiares formará o conteúdo de nosso eu, de nossa personalidade. Pode parecer uma informação óbvia, para considerarmos importante, mas é justamente o óbvio que muitas vezes perdemos de vista.

Creio que uma das coisas mais valiosas na relação com nossos filhos é fazer com que se sintam amados de maneira incondicional. Esse amor não vai nos privar das ações educativas, mas vai garantir uma certeza ímpar a eles, de seu valor, da aprovação por suas características, da possibilidade de errar e de acertar, modificando o que é necessário. Esse amor vem de um lugar especial dentro de nós, que está aberto a receber os filhos como são, sem apego a qualquer pré-projeto do que gostaríamos que fossem.

Quando isso não acontece e eles não se enquadram, é possível que a frustração tome conta de nós e os elogios começam a dar lugar as críticas, em alguns casos insensíveis e desmoralizantes. Aos poucos começa a ressoar uma frase dentro dele: “meu pai e minha mãe não gostam de quem eu sou, logo, quem poderá gostar de mim”. Ou ainda: “será que devo gostar de mim”. Podem imaginar a dificuldade que isso causa, quando a pressão negativa é cada vez maior.

Ao contrário, quando temos a maturidade para não projetar neles os nossos desejos, nossos medos, nossas frustrações, podem se sentir seguros integralmente e assumir uma postura forte na vida, com uma autoestima positiva. E assim será a relação deles com o mundo alem do círculo familiar, uma experiência positiva, em todos os seus empreendimentos. Pense nisso e redirecione o leme, se julgar necessário. Sempre há tempo de lembrar aos nossos filhos que eles são amados incondicionalmente.