Relator do mensalão diz que compra de votos está provada: "Não há dúvida"

Por Gazeta News

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O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), disse, no dia 17, que há provas do esquema de compra de apoio parlamentar. Segundo ele, agências de Marcos Valério desviaram recursos e distribuíram R$ 55 milhões a parlamentares da base aliada no Congresso, sob orientação do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. As informações são da revista “Época”.

Os pagamentos foram admitidos por Valério e Delúbio, além de parlamentares, com exceção de José Borba. Em suas defesas, deputados afirmaram que receberam o dinheiro em razão de acordos financeiros firmados com o PT durante campanhas eleitorais. Segundo os advogados, os pagamentos configuram caixa dois e não corrupção.

De acordo com Joaquim Barbosa, o esquema é comprovado em razão dos repasses milionários de verbas feitos, principalmente, antes de votações importantes, como a reforma previdenciária. Ele disse ainda que os pagamentos em troca de apoio eram conhecidos na Câmara dos Deputados desde 2003, dois anos antes da denúncia do ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente do PTB.

“Há fartas testemunhas sobre pagamentos, da origem dos recursos, não havendo qualquer dúvida sobre o esquema de compra de votos a esta altura do julgamento. Há várias provas das reuniões mantidas pelos interessados, das tarefas atribuídas aos réus”, afirmou Barbosa.

Analisando as denúncias relacionadas à compra de votos no PP, o ministro disse que o partido não pertencia à base aliada no início do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por isso não era esperado que votasse de acordo com interesses do governo, como alegou a defesa. “Não houve aliança política (nas eleições), os dois partidos (PT e PP) eram opositores”, disse o relator.

Segundo o ministro, o PP recebeu R$ 4,1 milhões do grupo de Valério.