Relatório revela os 10 piores centros de detenção de imigração nos Estados Unidos

Por Gazeta News

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Uma série de relatórios divulgados, no dia 15, pede o fechamento de 10 cadeias e prisões que detêm imigrantes em todo o país, com assistência médica precária, falta de devido processo legal e distância geográfica, o que torna difícil para que detidos tenham contato com a família e advogados. As informações são da “ABC News”.

A campanha “Expose and Close”, organizada pela organização sem fins lucrativos, chamada Detention Watch Network, alega que nenhum dos 250 centros de detenção de imigrantes operados pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE) protege os direitos dos detidos.

Em particular, o grupo focou em 10 instalações e elaborou um relatório para cada, sobre o porquê devem ser fechados. Entre eles está o Centro de Detenção Stewart, na Geórgia, onde um detento morreu em 2009, de uma infecção cardíaca supostamente tratável. O caso mais tarde resultou em um acordo com a família do detido.

“É muito importante luz sobre o terrível estado de nosso sistema de detenção de imigrantes neste país”, disse o deputado Jared Polis (democrata, do Colorado), que deu suporte à campanha em uma teleconferência no dia 15. Ele chamou as condições atuais de “privação de dignidade”.

Além do Centro de Detenção Stewart, na Geórgia, os outros são: Etowah County Detention Center (AL), Pinal County Jail (AZ), Theo Lacy Detention Center (CA), Baker County Jail (FL), Irwin County Detention Center (GA), Tri-County Detention Center (IL), Hudson County Jail (NJ), Houston Processing Center (TX) e Polk County Detention Facility (TX).

Em 2009, o ICE anunciou uma revisão do sistema de detenção de imigrantes em um período de três a cinco anos, o que inclui “melhores cuidados médicos, condições de prisão, prudência fiscal, e supervisão do ICE”. As reformas também prometeram afastá-los de presos em estabelecimentos penais de habitação e colocá-los em locais mais adequados para aqueles que enfrentam acusações de imigração.

Desde a promessa, o número de centros de detenção foi reduzido significativamente, de 340 a 250. A maioria dessas reduções foram no esforço para eliminar locais que deixavam imigrantes próximos a cadeias e prisões. Um novo centro de detenção, com 608 leitos, no condado de Karnes, no Texas, parece menos uma prisão típica, com beliches, acesso à internet e um campo de futebol.

Em resposta às recentes acusações, Gillian Christensen, porta-voz do ICE, disse que a agência ainda está em processo de revisão dos relatórios e se ofereceu para se reunir com o grupo para discutir as preocupações.

“No entanto, é decepcionante que os relatórios pareçem ser construídos principalmente em alegações anônimas, que não podem ser investigadas ou fundamentadoa, com muitas fontes de segunda mão e anedotas que antecedem o início das reformas de detenção da agência”, ela escreveu em um e-mail. “O ICE está por trás do trabalho significativo que fizemos na reforma do sistema de detenção, aumentando a fiscalização federal, melhorando as condições de confinamento e priorizando a saúde e a segurança dos indivíduos em nossa custódia”.

No entanto, o Detention Watch diz que os esforços de reforma até agora não foram substanciais o suficiente. Polis culpa o ICE novamente: “Eu acho que uma das barreiras para a reforma é a cultura da detenção e da cultura da agência”, disse ele. “O que isso significa na prática é que as diretivas bem-intencionados são frequentemente ignorados na prática do dia a dia”.

O relatório cita problemas específicos em cada prisão ou cadeia, mas também questiona se essas pessoas sendo acusadas pela imigração – que são geralmente questões administrativas e não criminais – deveriam ou não ser presas nesses locais, junto com criminosos.