Religiosos da comunidade brasileira opinam sobre a renúncia do Papa
A reação do padre Jefferson Orlando Bariviera, no dia 11, quando ouviu sobre a renúncia do Papa Bento XVI, não foi diferente do mundo todo: surpresa. Tanto ele quanto alguns membros da igreja que coordena, a Igreja Católica São Vicente e Nossa Senhora Aparecida, e mesmo adeptos de outras religiões, passaram a refletir sobre o significado dessa decisão histórica. Mas Padre Jefferson afirma que a renúncia do Papa não abala a fé de seus fiéis.
“Isso não era esperado, mas eu acho positivo”, disse Jefferson, que também é coordenador da Pastoral Brasileira na Arquidiocese de Miami. “De acordo com o direito canônico, o Papa pode, sim, renunciar, apesar de ser algo que aconteceu, da última vez, há pelo menos seis séculos”.
O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em um discurso pronunciado em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou fragilidade por conta da idade avançada.
“Agora, acredito que deverá ser escolhido um Papa mais jovem, com um novo ânimo e atitude”, disse Padre Jefferson, que assumiu a igreja no sul da Flórida em 2011. “Mas sabemos que, no final, quem conduz a escolha é o Espírito Santo”.
O pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista da Flórida, que, portanto não segue a autoridade do Papa, se declarou sobre o tema em sua página do “Facebook”: “Desejo sucesso à Igreja Católica na escolha de seu novo Papa! Que seja um homem temente a Deus, zeloso dos princípios bíblicos e voltado para as necessidades sociais do mundo”. O pastor contou ao GAZETA que, além dos comentários em sua página do site de mídia social, recebeu telefonema de outros evangélicos dizendo que ele não deveria se pronunciar sobre assuntos da Igreja Católica.
Silair concorda, sim, que não deve opinar sobre uma instituição da qual não faz parte. Mas essa renúncia histórica do Papa Bento XVI, segundo ele, se constituiu como um ensinamento para a sua própria igreja.
“Ao longo da história, se construiu a ideia de que o Papa é infalível. Com a renúncia, ele volta a ser um homem com limitações, com a simples explicação dada por ele: ‘Estou cansado, fisicamente e espiritualmente’. Valorizo e parabenizo pela hombridade. Nenhum ser humano é infalível, somente Deus”, refletiu Silair. “Ele mesmo disse que faz isso pelo bem da Igreja. Desejo que a Igreja tenha sabedoria para escolher um papa que cuide dos princípios bíblicos, invista nas obras sociais e diminua a desigualdade no mundo”. Renúncia Esta é apenas a segunda vez que um papa da Igreja Católica renuncia ao pontificado. Antes, no ano de 1294, Celestino 5º abdicou antes de ser consagrado. Ele, que havia vivido como um ermitão antes de ser designado papa, não se sentia preparado para assumir o comando da Igreja.
O conclave para a escolha do papa que sucederá Bento XVI começará entre 15 e 20 de março, do qual cinco cardeais brasileiros deverão participar. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar no próximo papa. Para tornar-se um papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite. Com informações de agências internacionais.
Padre foi da Igreja Católica para a Episcopal para poder se casar
Depois de 24 anos dedicado à Igreja Católica, Padre José de Jesus resolveu ingressar na Igreja Episcopal por vários motivos, sendo o principal deles porque decidiu se casar. Ele está há cerca de sete anos na Igreja Episcopal, também conhecida como Anglicana e, mesmo sendo natural do México, o padre, que já viveu anos em missão no Brasil, é conhecido por realizar missas em português na Diocese de St. Nicholas Church, em Pompano Beach.
José acredita que por questões modernas como essa e outras, como uso de métodos anticoncepcionais, divórcio e homossexualismo, a Igreja está perdendo muitos católicos para igrejas evangélicas. E como algumas questões continuam sendo “escondidas para debaixo do tapete”, isso diminui o número de sacerdotes.
Segundo ele, a Igreja Episcopal obedece outra autoridade, não a de Roma, mas segue basicamente a mesma doutrina religiosa. “Mas nós deixamos questões como o uso de contraceptivos a critério da consciência da pessoa”, explica.
