Repatriação de corpos vira negócio lucrativo

Por Gazeta Admininstrator

Reportagem publicada pela rede britânica BBC mostra que, a cada ano, aproximadamente 8 mil imigrantes latino-americanos morrem nos EUA e são repatriados. A repatriação de corpos, mostra a matéria, é um fenômeno que cresce com a imigração, e que está se tornando um negócio lucrativo.

Segundo a reportagem, funerárias, companhias de seguros, empresas de cartões telefônicos e até governos de alguns estados mexicanos têm procurado criar alternativas diante da realidade de que alguns milhares de imigrantes que vivem nos Estados Unidos vão morrer e, muitos deles, preferem ser levados a seus países de origem para ser enterrados.

A matéria da BBC não cita cifras, mas afirma que as autoridades consulares mexicanas estimam que, em dez anos, o negócio tenha faturado $7,5 milhões, somente na região de New York.

- Todo o processo pode custar entre $ 5 mil e $ 10 mil, dependendo do país de
origem e da época – disse à BBC José Luis Ortuño, supervisor do Grupo SEP, uma empresa que vende certificados de repatriação, uma espécie de seguro que permite cobrir esse tipo de gastos.

O serviço, diz a matéria, inclui o prepado do cadáver, a compra do caixão, os trâmites consulares e de alfândega, o transporte aéreo e o traslado até o local do enterro.

- Demorou quatro dias para cruzar a fronteira e oito para chegar em casa -
queixa-se a um jornalista do jornal La Jornada a mãe de Manuel Peralta, que morreu assassinado em uma rua de Orlando, na Flórida.

Entre as razões que levam as pessoas a optar por serviços especializados, em vez de outras alternativas, como a cremação, diz a matéria, está uma de fundo religioso - uma norma católica, principalmente nos países latino-americanos, diz que os restos devem se manter intactos à espera da ressurreição dos corpos e das almas.

- Isso também acontece para que os familiares saibam que se trata, efetivamente, de seu ente querido - disse Ortuño à BBC.

Com a preferência pelo traslado, muitas empresas passaram a oferecer serviços especializados, como a SEP, que oferece o certificado de repatriação, que cobre essa eventualidade por um, três ou cinco anos, informa a reportagem da BBC.