Repatriações voluntárias em julho.

Por Gazeta Admininstrator

Os governos de Washington e México estão finalizando os preparativos para colocar em prática o Programa de Repatriação Voluntária (PRV), um sistema idealizado em 2004 e que no ano passado deportou mais de 20 mil mexicanos presos no Arizona, quando tentavam ingressar ilegalmente nos Estados Unidos.

O PRV foi idelizado pelo governo de Washington para deter o tráfico e morte de imigrantes sem papéis na fronteira do Arizona, um dos pontos mais vulneráveis para a segurança nacional norte-americana.

A primeira fase foi executada entre 12 de julho e 30 de setembro de 2004, quando foram deportados 14.071 mexicanos dos quais 11.159 eram homens, 2.912 mulheres e 2.144 menores, de acordo com relatório da embaixada do México em Washington.

Na segunda fase, vigente durante 114 dias em 2005, foram efetuados 221 vôos de aeronaves mexicanas oriundas do aeroporto de Tucson, e que transportaram pouco mais de 20 mil mexicanos, informou a Secretaria de Relações Exteriores do México (SRE).

O governo do México informou que a etapa 2005 contou com a participação de médicos e paramédicos da Patrulha Fronteiriça norte-americana, que ajudaram a determinar se os indocumentados enfermos poderiam ser deportados, e quando.

O Departamento de Segurança Nacional (DHS) assegurou que o plano somente contemplou a deportação de mexicanos que foram presos no Arizona, área pela qual transita a maior parte dos indocumentados em direção aos EUA.

Os estrangeiros não mexicanos detidos tanto no Arizona como fora do estado, são enviados a uma corte de imigração ou deportados imediatamente através dos postos fronteiriços.

O PRV busca transportar em vôos comerciais de aerolíneas mexicanas até 300 indocumentados por dia. Os custos do programa são financiados pelo governo de Washington.

A fase 2006 será colocada em vigor em finais de junho e início de julho, informou o porta-voz da Patrulha Fronteiriça no setor de Tucson, Arizona.

O funcionário acrescentou que os indocumentados detidos nas áreas de Yuma, Welton, Tucson, Casa Grande, Doublas, Nogales e Nacos serão firmes candidatos a participar do PRV.

O principal objetivo do programa, segundo ele, é salvar vidas, especialmente durante o verão, quando as temperaturas superam 44 graus centígrados em algumas partes do deserto do Arizona.

A cada ano cerca de um milhão de mexicanos atravessam ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos, dos quais 50% são deportados. De acordo com dados oficiais, em 2004 morreram por desidratação no deserto 16 pessoas. Em 2005, de acordo com a Patrulha Fronteiriça foram registradas no setor do Arizona 261 mortes, o maior número registrado até agora: 89 mortes a mais que em 2004.

Cláudia Smith, diretora do Projeto Fronteiriço de San Diego, na Califórnia, argumenta que as mortes na fronteira estão relacionadas às severas medidas de segurança impostas na fronteira. “Elas obrigam os indocumentados a tomar rotas cada vez mais perigosas”, alertou.