Reportagem do Gazeta interrompe silêncio de 3,5 anos

Por Gazeta Admininstrator

Por: Letícia Kfuri

Durante três anos e meio, o gaúcho Ivo Gilberto Tavares, de 46 anos, que há 18 anos vive na Flórida, interrompeu o contato com sua família no Brasil. Des-crito pelos familiares como carinhoso e muito ligado à família, Ivo deixou de dar notícias de repente, contou a irmã, Maria de Lourdes Tavares, que é publicitária no Brasil. Temendo que o irmão estivesse morto, ou passando necessidades, ela procurou a redação do Gazeta. Durante duas semanas, o Gazeta publicou em seu site a foto de Ivo, e a reportagem sobre seu desaparecimento. O esforço conjunto surtiu efeito, e Ivo, finalmente, deu sinal de vida, e procurou a família.

- O nosso drama chegou ao fim, com um final feliz. Meu irmão está vivo, e bem de saúde. Agradeço à equipe do Gazeta por tudo, e oro a Deus por todas as pessoas que se envolveram nesta busca e me ajudaram – disse Maria de Lourdes, emocionada, após fazer contato com o irmão, pela primeira vez, depois de mais de três anos. Na primeira entrevista concedida ao Gazeta, Maria de Lourdes dizia temer pela vida do irmão. “Não sabemos se ele está vivo ou morto, doente, ou quem sabe até preso, embora descartemos esta possibilidade devido ao fato dele ser uma pessoa muito educada, gentil e atenciosa com todos. É de boa índole e bom caráter. Ele é avesso a confusões – disse Lourdes, na ocasião.

Uma das hipóteses consideradas pela família, inicialmente, era a de que o irmão tivesse consituído outra família. ”Meus pais estão muito angustiados pela falta de notícias. Os dois (Valdevino, de 82 anos, e Teresa, de 67, estão doentes e pedem, a todo momento, para localizarmos o Ivo Gilberto”, reforçou Maria de Lourdes em sua entrevista ao Gazeta, revelando o desespero da família.

Logo após a publicação da reportagem, a mãe de Ivo e de Maria de Lourdes, Teresa Kafski Tavares, recebeu, em Porto Alegre, uma ligação de um empresário de Fort Lauderdale que, segundo ela, há mais de dois anos recebeu Ivo durante um churrasco oferecido para um grupo de amigos. Esta foi a primeira pista. A partir daí, começaram a surgir mais e mais informações.

A mais concreta aconteceu no dia 4 de maio. Foi a ligação, para a casa dos pais de Ivo, de uma mulher, que informou ser de Porto Rico e viver nos Estados Unidos. Não deixou nome, telefone, ou sequer informou em que cidade estava. “Ela disse que estava ligando para informar que co-nhece o meu irmão, e para tranqüilizar meus pais, dizer que ele está bem de saúde, mas que não poderia falar mais do que isso sem a autorização dele”, conta Maria de Lourdes. Três dias depois, o próprio Ivo Gilberto ligou para os pais, com quem conversou durante mais de meia hora. “Ele disse que está bem, tentando se recuperar de um baque”, conta Lourdes.

O coração de irmã não se enganou. Os temores de Maria de Lourdes de que o irmão estivesse passando dificuldades não estavam longe da verdade. “Ele disse que no último furacão que passou pela Flórida ele perdeu tudo, ficou só com a roupa do corpo, e teve que ir para um abrigo. Agora, ele prometeu que não vai mais perder o contato conosco”, conta a irmã feliz.

Até agora, no entanto, a família não sabe ao certo onde vive, e o que faz Ivo. O Gazeta fez contato, por e-mail, com Ivo, mas, até o fechamento desta edição, ele não havia respondido ao pedido de entrevista. O e-mail foi o único meio de contato deixado por ele para a família.