Retrospectiva 2016: Imigração

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_133939" align="alignleft" width="262"] Lilliana Matte[/caption]

Menores brasileiros ficam detidos pela imigração

Em 2016, adolescentes brasileiros tiveram a viagem interrompida pela imigração americana e foram enviados para o mesmo abrigo em Chicago. Anna Beatriz Dutra, Anna Stephanie Radeck e Lilliana Matte, todas com a mesma idade, 17 anos, foram barradas ao passarem pela imigração no aeroporto. Elas viajavam desacompanhadas, mas, apesar de terem autorização assinada pelos pais, as autoridades americanas não permitiram a entrada. A suspeita de que a (o) menor tem a intenção de ficar no país para estudar sem o visto adequado, além do tráfico de menores e prostituição, são motivos apontados por especialistas para a detenção. As três garotas foram enviadas ao mesmo abrigo de menores, em Chicago, considerado um dos principais do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) americano – e, segundo relatos das jovens, recebeu pelo menos sete garotas brasileiras durante o mês de agosto. O garoto capixaba Rhian, de apenas 12 anos, estava acompanhado do pai, Alécio Soares de Paulo, mas os dois foram barrados pela imigração em 11 de maio deste ano. O pai foi deportado em agosto, mas Rhian foi enviado ao abrigo em Chicago, onde permaneceu por quatro meses até o dia 13 de setembro, quando foi enviado de volta ao Brasil.


Primeira brasileira pode ser extraditada e ir para o corredor da morte nos EUA

A carioca Cláudia Cristina Sobral, de 52 anos, pode se tornar a primeira brasileira a ser extraditada para cumprir pena nos EUA. Se condenada, Cláudia poderá pegar prisão perpétua ou pena de morte por injeção letal, conforme a legislação de Ohio, onde o crime ocorreu. Cláudia é acusada por homicídio qualificado do marido, o ex-piloto da Aeronáutica americana, Karl Hoerig, morto com dois tiros na nuca e um na parte de trás da cabeça, em março de 2007, em Ohio. Depois da execução, ela teria fugido para o Brasil, onde passou nove anos em liberdade até ter sido presa em abril deste ano. No dia 4 de julho de 2013, foi declarada, através de uma portaria do Ministério da Justiça, a perda de sua nacionalidade brasileira e, no dia 1º de julho deste ano, um pedido de Habeas Corpus, feito pelo advogado de Cláudia, foi negado pelo STF. Cláudia se encontra presa em uma penitenciária em Brasília (DF) desde abril, mas, na condição de estrangeira, pode ser extraditada a qualquer momento para responder ao processo nos EUA.


Aeroportos no Brasil poderão fazer triagem de imigração

O Homeland Security Department selecionou 11 novos aeroportos em nove países para receberem o US Preclearance – um programa que permitirá aos agentes americanos de imigração e alfândega fazer a triagem de passageiros destinados aos EUA antes do embarque, ainda no Brasil. Entre os aeroportos brasileiros selecionados estão o de Guarulhos (SP) e o Galeão (RJ). Anunciada em novembro, ainda não há um data para início do serviço.


Imigração de cubanos bate recorde em 2016

De acordo com a Guarda Costeira americana, só no mês de outubro, 106 cubanos chegaram à costa da Flórida. Em comparação com os 12 meses anteriores, a agência contou 7.411 imigrantes, mais de 65% das 4.473 pessoas encontradas em relação ao ano anterior.


Fluxo de haitianos faz EUA mudarem leis

Os EUA afirmaram, em setembro, que modificaria a política de deportação de haitianos, em resposta à chegada de milhares de imigrantes da nação do Caribe. A decisão do governo retira proteções especiais que protegiam os haitianos da deportação após o terremoto ocorrido no país em 2010. Desde 2011, os EUA evitavam deportar haitianos a menos que eles tivessem sido cometidos crimes ou representassem uma ameaça à segurança nacional. Agora, eles são tratados como as pessoas de outros países.


Cidades não denunciarão indocumentados

Cidades como Los Angeles, Nova York e Chicago prometem lutar contra as deportações de imigrantes ilegais generalizada, para se oporem ao presidente eleito Donald Trump, caso ele siga adiante com a promessa expulsar milhões de imigrantes indocumentados.


Estudo: Cai o número de brasileiros indocumentados nos EUA

O Ministério das Relações Exteriores estima que 2,5 milhões de brasileiros vivam no exterior; destes, 1,2 milhão nos EUA. Os números incluem tanto as pessoas que vivem legalmente quanto aquelas consideradas irregulares pelo governo brasileiro. A estimativa do Itamaraty leva em conta estatísticas elaboradas pelos países que acolhem os brasileiros e dados referentes à movimentação nos consulados do Brasil pelo mundo. No final de setembro, o Pew Research Center divulgou dados específicos sobre a população imigrante indocumentada nos EUA no período de 2009 a 2014. A pesquisa apontou que, depois da comunidade mexicana irregular, a brasileira foi a que mais diminuiu, seja porque muitos deixaram o país por vontade própria, por deportação ou mesmo porque conseguiram se legalizar e não se enquadram mais nesta estatística. Em 2009, segundo o centro de pesquisa, eram 140 mil brasileiros vivendo nos EUA sem autorização. Em 2014, o número caiu para 100 mil. No entanto, o país ainda compõe o Top 15 de países com maior número de indocumentados nos EUA.


Brasileiros são presos por usar passaportes falsos

Uma rede de tráfico ilegal de brasileiros foi descoberta no dia 19 de março, em uma parada de trânsito em Miami-Dade. Embora seja comum a chegada de imigrantes indocumentados à região, principalmente através do mar, dessa vez eles passaram por oficiais de imigração e tiveram seus passaportes carimbados. Acontece que os passaportes não eram deles, e sim documentos falsos europeus. Dois passaportes eram portugueses e dois italianos. A descoberta do grupo foi feita por acaso, quando policiais suspeitaram de uma caminhonete preta da Ford com cinco pessoas. Somente o motorista falava inglês. Eles não tinham nenhum documento americano e pareciam ter acabado de chegar ao país. Todos foram deportados.


2,4 mi de imigrantes foram deportados em 5 anos

O governo Obama deportou 414,481 imigrantes não autorizados no ano de 2014, uma queda de cerca de 20 mil (ou 5%) em relação ao ano anterior, conforme dados lançados pelo Department of Homeland Security este ano. Um total de 2,4 milhões foram deportados sob a administração entre 2009 e 2014, incluindo um recorde de 435 mil em 2013, de acordo com uma análise de dados do Pew Research Center. A diminuição global é impulsionada por um declínio significativo na deportação de imigrantes com condenação penal – de 199 mil em 2013 para 168 mil em 2014. A queda de 16% é o primeiro declínio registrado (1981 é o primeiro ano em que os dados de deportação das pessoas com condenações criminais estão disponíveis). As 337.117 apreensões da Border Patrol no ano de 2015 são os mais baixos desde 1971. A população imigrante não autorizada EUA atingiu o pico em 2007 e, desde então, estabilizou. Fonte: Pew Research.


Taxas de imigração ficaram mais caras

O Departamento de Homeland Security reajustou as taxas de imigração no dia 23 de dezembro, com aumento variando entre 8% a 21%, para requerimentos de cidadania, renovação de green card, solicitações para residência e etc. A taxa referente à solicitação de naturalização (Formulário N-400) passou de $595 para $640 dólares. O Formulário N-600 (Solicitação de Certificado de Cidadania e N-600K) foi de $600 para $1,170 dólares.


Nova regra na “Lei do Perdão”

No dia 29 de agosto entrou em vigor a regra final para o “Provisional Waiver Process” ou pedido de perdão, como é amplamente conhecido. O Serviço de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos (USCIS, na sigla em inglês) anunciou em 29 de julho que a nova regra passou a permitir aos imigrantes que ingressaram sem visto no país e que tenham cônjuges ou sejam filhos de cidadãos americanos ou residentes legais nos EUA possam esperar pelo processo no país.