Retrospectiva 2016: Mundo

Por Daniel Galvão

Política brasileira O Brasil viveu um de seus mais intensos anos políticos. Pela segunda vez na história, um impeachment foi efetivado. Dilma Roussef (PT) não se sustentou no seu segundo mandato e seu vice, Michel Temer (PMDB), assumiu o posto. Também vimos o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ser cassado e preso. Outros nomes importantes, como Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, além de ex-ministros, também foram para a prisão.

Política internacional A reaproximação entre EUA e Cuba, com a visita de Barack Obama à ilha comunista 50 anos depois do rompimento de relações diplomáticas entre os dois países, foi um dos principais registros do ano. Entretanto, a morte de Fidel Castro e o acordo de paz entre o Governo da Colômbia e as Farc, pondo fim num conflito de mais de meio século que vitimou milhares de pessoas, também merecem a lembrança permanente. A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi indiciada por suspeita de corrupção neste fim de 2016.

Esportes Foi em 2016 também que o Brasil, enfim, sediou pela primeira vez os Jogos Olímpicos - apesar do pessimismo que pairava em torno da organização. Dentre as performances individuais ou coletivas, destaque para a medalha de ouro inédita conquistada pela Seleção Masculina de Futebol. Mas este também foi um ano de perdas para o esporte: faleceram o ex-pugilista Muhammad Ali e o Capitão do Tri, Carlos Alberto Torres, além da maioria dos jogadores da Chapecoense, no trágico acidente durente voo à Medelín.

Crise de refugiados O ano de 2016 foi o mais mortal para os imigrantes e refugiados que tentaram atravessar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa, segundo dados do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Pelo menos 3.800 imigrantes morreram até outubro deste ano, quando as estimativas do Acnur foram reveladas. Em 2015, foram 3.771. Segundo dados da ONU, existem atualmente 65,3 milhões de pessoas em todo o mundo que tiveram que fugir de suas casas para escapar de conflitos.

Terrorismo Organizados em sua maioria pelo Estado Islâmico, os ataques terroristas em 2016 mantiveram a França como um dos principais alvos. Turquia, Alemanha e Bélgica também sofreram ataques letais, este último com dois atentados: no metrô (estação Maelbeek/Maalbeek) e no aeroporto de Zaventem. Nos EUA, um dos fatos marcantes foi o abrir-fogo de um homem contra pessoas na boate LGBT Pulse, em Orlando, que deixou quase 50 mortos.

Desastres naturais Este ano ficará marcado por desastres naturais que causaram mortes e devastação em várias regiões do mundo. Desde o Equador, que sofreu em abril com um terremoto de 7,8 graus na escala Richter e deixou 659 mortos e 26 mil desabrigados, passando pela Itália, Caribe e Estados Unidos, com muitas mortes e prejuízos calculados em bilhões de dólares ao longo de 2016. Cuba, Jamaica, Bahamas, República Dominicana e o Haiti foram alguns dos mais devastados.