Scott: exigência de visto atrapalha relações entre os EUA e Brasil

Por Gazeta News

Em visita à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o governador da Flórida, Rick Scott, defendeu o estreitamento das relações econômicas com o Brasil, criticando a exigência de vistos para turistas feita pelos Estados Unidos.

Para ele, a obrigatoriedade dos vistos é um impedimento não só para a ampliação do turismo na Flórida quanto para a realização de negócios entre os dois países.

Scott afirmou que o Brasil é o maior parceiro comercial da Flórida, com transações em torno de US$ 16 bilhões anuais, envolvendo setores como aviação, telecomunicações, alimentos e high-tech.

O intercâmbio nos setores imobiliário e de turismo também tem experimentado um boom. Segundo o governador, hoje há 115 empresas e organizações da Flórida no Brasil e 15 mil pequenas empresas brasileiras em seu Estado, além de grandes marcas como Embraer e Gerdau.

“Muitos investidores viajam primeiro como turistas e depois retornam para fazer negócios”, disse o governador, para quem a exigência do visto “é um grande impedimento e atrapalha a relação com o Brasil”.

Scott afirmou que o governo, por meio da agência Enterprise Florida, tem uma série de programas para fomentar as empresas brasileiras no Estado americano. Cerca de 300 mil brasileiros vivem na Flórida.

“Meu trabalho é diminuir o tamanho do governo e fazer com que seja mais fácil fazer negócios. Houve um estudo que demonstrou que a Flórida é o terceiro estado melhor para se fazer negócios e queremos ser o primeiro”.

O governador esteve em São Paulo para participar da Expo Florida 2011, na Fiesp, defendendo a diversificação dos negócios com o Brasil.“O Brasil é uma das economias que cresce mais rapidamente no mundo. Queremos melhorar o relacionamento com o nosso maior parceiro comercial”, disse ele, afirmando que a Flórida tem investido em formação de especialistas em tecnologia e engenharia para melhorar esses setores.

Sobre o visto, Scott afirmou que tem conversado com as autoridades diplomáticas dos Estados Unidos no Brasil para facilitar o ingresso de brasileiros. Este ano, o Brasil foi o maior emissor de turistas para a Flórida.

“A preocupação do governo americano é segurança. Meu compromisso é trabalhar com o governo federal para que se torne mais fácil e rápida a emissão dos vistos. É preciso eliminar essa exigência. Sem os vistos, o número de brasileiros na Flórida dobraria”.

O governador da Flórida confirmou que o estado discute agora a abertura de cassinos urbanos no estado, já que uma companhia especializada no ramo, comprou o prédio do jornal “Miami Herald” e tem feito um forte lobby pela legalização das casas de jogos. O Genting Group, grupo da Malásia, comprou a sede do jornal por US$ 236 milhões. Mas, para o governador, o tema ainda é bastante polêmico já que a exploração desse tipo de atividade foi delegada a uma tribo indígena local.

“Todos os lobbys da Flórida foram contratados pela indústria de cassinos. Mas há muito a ser discutido ainda. Já existe um acordo com uma tribo indígena que explora cassinos e o estado perderia muito com cassinos particulares na Flórida”.

Eleições 2012: Scott diz que o foco é geração de emprego

Em entrevista ao jornal “O Globo”, Scott disse que, na corrida eleitoral, a discussão entre democratas e republicanos ficará em torno da geração de empregos, já que o país está mergulhado em uma das maiores crises de desemprego de sua história, em torno de 9%. Questionado sobre a influência do desempenho americano nas questões da Líbia e do Iraque sobre a campanha do presidente Barack Obama, Scott respondeu:

“A eleição será em torno de uma única questão: empregos. O desemprego está acima de 9% e as pessoas querem empregos. Quando me candidatei ao governo no ano passado, os temas, de 1 a 10, eram sobre isso. No próximo ano, a sucessão do presidente Obama será sobre quem tem o melhor plano de geração de empregos”.