Robin Hood às avessas

Por Gazeta News

Por Henrique Matthiesen

Um dos grandes heróis míticos dos ingleses do século XII, onde se passava o reinado de Ricardo Coração de Leão, um dos grandes das Cruzadas, Robin Hood roubava da nobreza para dar aos podres.

Vivia nos bosques, numa comunidade alternativa, fora do alcance do jugo do Reinado e de suas opressões. Era aclamado o príncipe dos ladrões e foi imortalizado em filmes hollywoodianos de grandes produções.

Oposto, porém nada místico, integralmente verdadeiro, temos em nossa história vários “Robin Hoods”, que roubam dos pobres para darem aos ricos, de forma legal, ilegal e governamental.

Sob a sina do saque e acharque das parcelas marginalizadas brasileiras, nossas riquezas sempre foram objeto da ambição e cobiça das grandes potências que, continuamente encontram em nossas elites, parceiros submissos e complexados aptos a servirem aos interesses internacionais.

Diferentemente do século XII, onde Robin Hood vivia em bosques, hoje, os príncipes das avessas ou, modernamente, os privatas, moram em palácios, bairros elegantes, ocupam funções nobres como de Ministérios, Senadores, Deputados, Juízes, Presidente, entre outros, assim como os objetos são distintos também, pois não é mais comida ou moedas, mas energia, petróleo, empresas, etc.

Um dos grandes pano de fundo da crise política brasileira está a questão do petróleo. Não apenas o saque de quadrilha que vários partidos, sob as bênçãos do PT, fizeram na Petrobras, haja visto que PT, PMDB, PP, PSDB, entre outros se locupletam na delapidação da empresa.

Há um conceito de Robin Hood as opostas em meio à crise política brasileira, em especial, na questão da Petrobras.

O século XX e o começo do século XXI podem ser narrados pela luta do ouro negro, guerras, massacres, para se obter petróleo, em especial os EUA, - potência militar e econômica - são a síntese mais fiel deste tema.

Desde do descobrimento do Pré-sal, o Brasil sofre a cobiça das grandes potências, pois não é aceitável um país continental como o nosso ter tanto petróleo assim.

Mas, diferentemente do que ocorre em outras partes do mundo, aqui não é necessária a força bruta para roubar nossas riquezas, que é patrimônio do povo Brasileiro.

“Robin Hoods” contemporâneos, diferente do século XII que roubava dos ricos para dar aos pobres, temos hoje privatas que roubam o patrimônio do povo Brasileiro para dar às grandes potências.

São vendilhões e traidores que carregam em seu DNA a submissão e a subalternidade complexada de uma elite desprovida de altivez e senso de responsabilidade.

Usam a sofisticação dos embusteiros para justificarem sua reles função de operadores da predatória sina de castrar o vindouro da nação.

Sim, mais uma vez o patrimônio e as riquezas do povo serão entregues de forma filantrópica aos interesses contrários de seus verdadeiros donos.

Quem sabe um dia, teremos uma produção hollywoodiana que retratará os privatas do século XXI, os Robin Hoods das avessas.

Afinal, roubar dos podres para dar aos ricos é a nova forma de perpetuar a miséria e atraso.