Robinho não pisa mais na Vila

Por Gazeta Admininstrator

Robinho pôs um ponto final em sua história no Santos, nesta segunda-feira, assim que encerrou a entrevista coletiva em São Paulo para anunciar o desejo de se transferir para o Real Madrid. Horas depois do encontro com a imprensa, ficou sabendo de um comunicado emitido pelo presidente santista, Marcelo Teixeira, por meio do qual o dirigente reafirmou a vontade de mantê-lo no clube até a Copa de 2006 e exigiu que se reapresentasse hoje, às 16 horas, para treinar com o elenco profissional. O atacante já não estava satisfeito com a forma como o caso vinha sendo tratado, e a nota divulgada por Teixeira foi a gota d’água para que tomasse uma decisão radical, a de não vestir mais a camisa alvinegra, mesmo que o clube paulista não chegue a um acordo com os espanhóis.

As declarações de que poderá cumprir o contrato até 2008 tinham como objetivo apenas pressionar Teixeira a negociá-lo. Se sair em 2008, como afirmou, o Santos ficará sem nenhum tostão. Robinho apenas deixaria a Vila Belmiro e assinaria com outra agremiação, como prevê a lei.

Sua tentativa, porém, não deu certo. Depois da entrevista, a assessoria de imprensa santista trabalhou com rapidez e reafirmou o desejo do clube. “O presidente Marcelo Teixeira reiterou a posição do Santos de somente liberar o atleta após a realização da Copa do Mundo de 2006, uma vez que ele está incluído no planejamento da equipe para os próximos campeonatos”, informou a nota.

Só que Robinho acredita não ter mais clima para defender o time do litoral e, enquanto a transação com o Real não for definida, vai ficar descansando. Ele até planeja passar alguns dias fora de Santos, em uma cidade próxima ou em outro Estado.

O jogador sabe que boa parte da torcida está aborrecida com suas atitudes e, por isso, pretende se preservar. Ontem, por exemplo, gostaria de ir à Vila Belmiro para participar do jogo de despedida do volante Narciso, seu colega, mas preferiu não aparecer na festa. Domingo, na hora em que o Santos enfrentava o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro, Robinho jogava futebol society com amigos, outro fato que irritou o torcedor. “Saí para espairecer um pouco, já basta minha mãe ficar o dia todo dentro de casa, com medo de sair”, explicou.

Mas como fica o atleta se o Santos não aceitar os US$ 25 milhões oferecidos pelo Real? Ribeiro, Juan Figer, o próprio Robinho e seu pai, Gilvan de Souza, buscam alternativas e apostam que conseguirão resolver o problema. A idéia deles é recorrer à Fifa, embora todos vão negar publicamente o fato. Acham que conseguem a liberação na entidade, alegando falta de segurança para que o atacante siga trabalhando no Brasil. No ano passado, sua mãe, Marina de Souza, foi seqüestrada. O argentino Riquelme passou por situação semelhante e acabou sendo liberado pelo Boca Juniors após intervenção da Fifa, há pouco mais de dois anos.

O Estado apurou que eles vêm mantendo contato com advogados para tratar do assunto e colhendo material que possa ajudar no processo. O Departamento Jurídico do Santos afirmou estar preparado para uma eventual batalha judicial.