Rosana Brasil : Cortesia

Por Rosana Brasil

cortesia

Efetuamos escolhas durante todos os momentos de nossas vidas. Muitas destas escolhas são feitas quase que inconscientemente. Outras escolhas requerem mais atenção. Escolhemos onde vivemos, o que fazemos e com quem fazemos. Efetuar escolhas é parte natural do ser humano, talvez por isto seja fácil esquecer que o ato de escolher requer a responsabilidade de responder pelas consequências geradas pelas ações tomadas. Uma das escolhas que fazemos diariamente é a escolha de ser cortês com o outro.

Vejamos a importância que a cortesia ocupa num relacionamento:

“Carinhoso fazia questão de abrir a porta do carro para Simpatia durante o namoro. Por sua vez, Simpatia fazia questão de ter pão de queijo quentinho todas as vezes que Carinhoso visitava. Dona Justina, a boa vizinha, faz questão de oferecer para levar as crianças a escola todas as quartas-feiras. Sr. Afável, o bom vizinho, faz questão de dividir sempre com os vizinhos, a abundância proveniente da sua horta.

Mas, o que isto tem a ver com o relacionamento conjugal? Eu diria que tem tudo a ver, quando a cortesia é feita com o simples desejo de ver o outro feliz. Ser cortês significa reconhecer a natureza divina do outro. Neste contexto, ser cortês significa estar atento as oportunidades que a vida nos oferecer para agir com reverência na divina presença do outro.

Quando escolhemos ser cortês com nosso cônjuge, estamos escolhendo ser atentos ao outro, estamos escolhendo ser amigo do outro. Isto é importante porque um dos aspectos de considerável influência ao sucesso de um relacionamento é a amizade. Casais felizes são aqueles que a amizade é a base do relacionamento. A falta da amizade e a falta de cortesia, especialmente em tempos de conflito, são um sinal que o relacionamento está em perigo ou está próximo ao ponto de ruptura.

Quando casais são descorteses, gritaria e falta de respeito chama a atenção à situação frágil em que o relacionamento se encontra. No entanto, simples atos de cortesia, tais como: “uma chamada telefônica durante dia”, “apanhando a roupa no tintureiro” ou “um pãozinho de queijo quentinho” tem o potencial de manter a chama da amizade acesa e fazer o outro feliz. Ao contrário, aatos de descortesia são como o vento que sopra constantemente até que a chama da amizade se apaga.

Tenho observado que casais que mantêm a chama da amizade acesa, procuram fazer, frequentemente, comentários positivos sobre o outro: “Alice é muito organizada, ela planeja o roteiro de nossas viagens com muito carinho e atenção”. “Felizardo é muito cuidadoso e faz questão de verificar se o carro está em boas condições todas as semanas. A nossa segurança é muito importante”. Estes casais, não perdem a oportunidade de agradar e de ser cortês um com o outro.

A consequência da falta de cortesia no relacionamento conjugal é que gradativamente esquecemos de sermos gratos pela oportunidade única de sermos testemunha do crescimento do outro. Quando prometemos amar, respeitar, honrar o outro, nas horas boas e más, todos os dias e todas as horas de nossa vida, estamos dizendo: “Sua vida não passará despercebida, porque eu estarei ao seu lado para celebrar os momentos bons. Eu estarei ao seu lado para celebrar as vitórias sobre os obstáculos vencidos. Sua vida terá uma testemunha. Eu serei esta testemunha”.

Lembrando que somos agentes de nossa própria trajectória, vamos escolher ser cortês com aquele que prometemos celebrar os vários momentos de nossa divina experiência de vida.