Corpo de Ryan Gracie será enterrado amanhã no Rio
O corpo do lutador de jiu-jitsu Ryan Gracie, 33, será enterrado amanhã no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, por volta das 12h, segunda a família do lutador. Gracie foi encontrado morto na manhã deste sábado em uma cela no 91º Distrito Policial (Ceagesp), de São Paulo, onde estava preso desde ontem.
O corpo do lutador já deixou o IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo e está sendo levado de avião para o Rio.
"Estamos esperando os irmãos dele chegarem do exterior para fazermos essa homenagem", afirmou Carlos Robson Gracie, pai do lutador.
Gracie foi encontrado morto --sentado em um dos cantos da cela-- por volta das 7h30, horário de troca de turno dos carcereiros, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública). Ele estava sozinho no local. Segundo seu advogado, Rodrigo Souto, as causas da morte ainda não foram divulgadas pela polícia.
Detido ontem no 15º DP (Itaim Bibi), o lutador chegou às 3h deste sábado ao 91ª DP, onde fica a carceragem provisória para os detidos durante a noite, finais de semana e feriados. Gracie seria encaminhado a um CDP (Centro de Detenção Provisória) na segunda-feira (17).
Drogas
O médico psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Neto, que acompanhou o lutador entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, disse que o exame de urina feito por Gracie após a prisão apontou presença de cocaína, maconha e medicamentos. Farias Neto disse ter ministrado ao menos seis tipos de medicamentos ao lutador, na delegacia.
A Polícia Civil informou que vai investigar se o uso de drogas, aliado aos medicamentos ministrados pelo psiquiatra podem ter provocado a morte do lutador, pentacampeão mundial em sua categoria.
O Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana) questionou neste sábado o procedimento da polícia de permitir que um médico acompanhasse o lutador de jiu-jitsu nas dependências do 91º DP.
Perseguição
Gracie havia sido detido ontem sob acusação de ter roubado o carro de um idoso de 76 anos no Itaim Bibi, bairro nobre da zona oeste da cidade. O lutador acabou contido por motoboys e foi preso, em seguida, pela Polícia Militar. Ele foi campeão mundial cinco vezes do principal campeonato mundial de jiu-jitsu.
Na delegacia, Gracie chegou agitado e dizendo que estava sendo "perseguido" quando foi preso. O delegado Aílton Camargo Braga, que registrou a ocorrência, disse que o lutador dizia que estava sendo perseguido "pelo pessoal da favela e pelo PCC [Primeiro Comando da Capital]".
