Saddam Hussein

Uma foto do ex-ditador Saddam Hussein vestido apenas com uma cueca foi estampada nesta sexta-feira na capa do jornal de maior circulação da Grã-Bretanha.

O "The Sun" disse ter recebido as fotos de militares americanos "esperançosos de impor um golpe físico à resitência no Iraque". O episódio pode deflagrar mais um escândalo envolvendo os militares dos EUA.

Outras fotos mostram Saddam de cabelos curtos, tingidos de preto e com seu característico bigode lavando roupas na não e dormindo na sua cama. Os militares americanos divulgaram nota dizendo que as fotos podem ter cerca de um ano, violam os direitos de Saddam Hussein como preso e possivelmente infringem a Convenção de Genebra.

"As Forças Multinacionais no Iraque estão desapontadas com a possibilidade de que alguém responsável pela segurança, bem-estar e detenção de Saddam tenha tirado e fornecido estas fotos para a divulgação pública", disse a nota.

"Este lapso está sendo agressivamente investigado para determinar, se possível, quem fez as fotos e para garantir que os procedimentos existentes sejam cumpridos para evitar que isso se repita."

Derrubado do poder pela invasão americana em abril de 2003, Saddam foi capturado, escondido em um buraco perto da sua cidade natal, Tikrit, em dezembro daquele ano. Exceto por uma rápida audiência judicial, desde então não foram divulgadas imagens do ex-ditador.

Saddam deve ser julgado em 2006 por genocídio, tortura e crimes contra a Humanidade. Pode ser condenado à morte.

"Saddam não é Super-Homem nem Deus, é apenas um humilde idoso", afirmou uma fonte militar ao "The Sun. "É importante que os iraquianos o vejam assim, para destruir o mito. Talvez isso mate um pouco da paixão dos fanáticos que ainda o seguem."

"Acabou", acrescentou a fonte, dirigindo-se aos extremistas que cometem dezenas de ataques no Iraque. "Os dias ruins do partido Baath de Saddam nunca voltarão. E aqui está a prova."

O jornal disse que as fotos foram tiradas no local ultra-secreto no qual Saddam está sendo mantido, dentro de uma cela de 3,6 por 2,7 metros. Ele é observado 24 horas por dia por câmeras de TV.

Não é a primeira vez que a imprensa obtém fotos de prisioneiros dos EUA no Iraque. Há um ano, fotos explícitas de tortura e abusos sexuais contra detentos da penitenciária de Abu Ghraib saíram nos jornais e provocaram indignação mundial.