Saindo da Lama - Linha Direta

Por Cleida Cruz

Ao que tudo indica, as grandes empresas americanas estão emergindo da pior recessão, desde a Segunda Guerra Mundial, com um perfil mais produtivo e lucrativo, e também com os cofres cheios de dinheiro e menos oneradas por dívidas. De acordo com uma análise feita pelo “The Wall Street Journal”, o acumulado de vendas, lucros e geração de vagas entre as integrantes do índice de 500 ações da “Standard & Poor’s” ultrapassou o total de 2007, antes da recessão e da crise financeira.

Pior já passou! O que teria ajudado as empresas a terem uma melhor saúde financeira foram os cortes de custos profundos, realizados durante a crise e a cautela durante a recuperação. Isso também as teria ajudado a superar o desempenho da economia geral e conquistar uma fatia maior do PIB nacional. A recuperação empresarial tem sido refletida pelo mercado acionário, com a Média Industrial Dow Jones atingindo o nível mais alto em quatro anos, muito embora o indicador tenha perdido força desde que o governo divulgou os números decepcionantes sobre o mercado de trabalho, na semana passada.

Perdendo fôlego, de novo? Mas o Departamento do Trabalho dos EUA informou, no dia 6, que as empresas criaram menos vagas que o esperado para março, o que reacendeu os temores de que a recuperação da economia vai voltar a perder fôlego. Com boa parte da Europa em recessão e o crescimento da China desacelerando, mesmo antes do relatório sobre o emprego, os analistas já esperavam que os lucros das empresas do índice S&P 500 subissem 9%, menos que os 15% ano passado. Mesmo assim, as empresas conseguiram gerar, em 2007, uma média de $378 mil dólares em receita para cada empregado na folha de pagamento. Essa receita média subiu para $420 mil dólares, ano passado.

Futurista Já imaginou um carro não permitir que seu dono o dirija se esse estiver bêbado ou com um teor de álcool no organismo acima do permitido pelas leis de trânsito? Futurista ou não, essa é uma realidade que cedo ou tarde vamos enfrentar. Pesquisadores que trabalham com a Aliança de Fabricantes de Automóveis e com a Agência Nacional de Segurança do Trânsito nas Estradas, ou NHTSA, duas instituições dos Estados Unidos, já estão desenvolvendo, desde 2008, tecnologias que poderiam ser incorporadas ao painel do carro, ou controles para verificar o nível de álcool no sangue do motorista e não dar a partida se estiver acima do limite legal.

Futurista II A meta é desenvolver sensores remotos capazes de detectar agentes biológicos ou outras substâncias químicas. Além disso, os pesquisadores dizem que os sensores de ponta do dedo, utilizados nos hospitais para medir o açúcar no sangue e outros indicadores físicos, também são úteis para detectar o nível de álcool no sangue. Tudo isso parece futurista, e provavelmente vai levar alguns anos até que os carros e caminhões com detectores de álcool incorporados estejam à venda. A fase seguinte, que levará ainda mais anos depois disso, será um veículo produzido comercialmente com tecnologia para levar para casa, de forma autônoma, o dono embriagado.

Trava de álcool Cerca de 16 estados americanos agora exigem que as pessoas condenadas por dirigir com um nível de álcool no sangue acima do limite legal, de 0,08, instalem a chamada “trava de álcool” em seus veículos. Esses sistemas desajeitados exigem que o motorista sopre em um tubo para verificar se está sóbrio, antes de dar a partida. Ninguém na indústria automobilística está propondo oferecer esse tipo de sistema como equipamento de fábrica. Em vez disso, os sensores seriam discretos, talvez embutidos no botão da ignição ou na alavanca de câmbio.

Internet nas cabines Se a moda pega, as cabines telefônicas vão oferecer acesso à internet. O primeiro passo já está sendo dado em Nova York, onde 250 unidades vão passar por uma reforma e serão equipadas com telas táteis de 81 centimetros e acesso à internet. Isso vai possibilitar a obtenção de informações sobre transporte, restaurantes, locais históricos e shoppings, além de eventos culturais e espetáculos. Como parte do projeto da prefeitura de NY, já no mês que vem esses locais contarão com as inovações. As informações estarão disponíveis em vários idiomas. Existem hoje 12,8 mil telefones públicos em Nova York, que vem sendo cada vez menos utilizados.

Venda de carros Quem anda tendo um papel de destaque na recuperação econômica dos Estados Unidos é o setor de automóveis. É que as vendas continuaram a onda de expansão em março, apesar dos preços elevados dos combustíveis e da situação precária do desemprego e do setor imobiliário. A Chrysler, por exemplo, teve um aumento de 34% nas vendas no mês passado, atingindo o maior total mensal em quatro anos. A General Motors e a Ford Motor seguem na mesma direção, com altas de 12% e 5% nas vendas, respectivamente, impulsionadas principalmente pela expansão do consumo.

Otimismo brasileiro

Acostumado aos altos índices inflacionários, o brasileiro vivenciou uma inflação fraca em março, o que causou reações positivas e comentários otimistas no governo, bem como no mercado brasileiro. Já se fala em queda de juros, maior crescimento econômico e alta do real. Animado, o ministro Guido Mantega disse que é muito bom o que se ve no país e deu sinais de que o governo continuará a estimular crescimento. Para ele, a inflação está sob controle e abre a possibilidade para mais crescimento. O economista chefe do Bradesco, Octavio de Barros, disse que o real provavelmente vai terminar 2012 em R$ 1,75 o dólar, apesar da intervenção contínua nos mercados cambiais do país por parte do governo e do Banco Central. Para ele, o real já deveria ser negociado hoje a R$ 1,64 ou R$ 1,65 (por dólar).