Sarna Demodecica (Demodicose)
Os animais mais afetados pela sarna demodecica são os cães jovens, e algumas raças caninas são consideradas mais susceptiveis. Exemplos dessas raças são o Buldogue Inglês, o Shar-Pei, o Pitbull, o Bull Terrier, entre outros. Gatos também podem sofrer da doença e apresentar sintomas. A sarna demodecica não afeta os seres humanos.
A doença pode se apresentar de forma localizada ou generalizada, e os sintomas mais comuns são a alopecia (perda de pelo), vermelhidão da pele, escamas e engrossamento da pele. Muitas vezes, a sarna demodecica é acompanhada de uma infecção bacteriana secundária.
A sarna demodecica não é contagiosa, mas existe uma pré-disposição genética, que pode ser herdada da mãe, pai, ou ambos. Portanto, animais que são portadores da doença ou que já tiveram filhotes que foram diagnosticados com a doença não devem ser usados como reprodutores.
O método diagnóstico é simples e barato: um raspado de pele feito com uma lâmina de bisturi, que é examinado sob o microscópio, a presença do ácaro no raspado indica um resultado positivo. Como o Demodex vive no folículo piloso, o raspado tem que ser profundo, até que se obtenha um pouquinho de sangue na lâmina de bisturi.
O tratamento médico da doença precisa ser acompanhado por medidas básicas que minimizam o estresse. Fêmeas devem ser castradas assim que os sintomas estejam sob controle, pois o fluxo de hormônios que acompanham o cio, a gravidez e amamentação são fatores que podem reduzir a proteção imunológica natural do animal. O animal deve receber um alimentação saudável e balanceada para evitar problemas relacionados à nutrição que podem afetar o sistema imunológico. Todos os animais devem ser vermifugados regularmente. É muito importante também que pulgas e carrapatos sejam completamente eliminados, pois agravam a condição dermatológica, e também suprimem a imunidade. Todos os animais devem ter a vacinação em dia. Como infecções bacterianas secundárias são comuns, muitas vezes precisa-se fazer tratamento com antibióticos, porém, medicamentos à base de cortisona são contra-indicados, pois são imunossupressores.
Medicamentos e banhos sob prescrição são, atualmente, os tratamentos mais usados no combate à demodicose.
O medicamento antiparasitário ivermectina existe somente em formulações para grandes animais, mas veterinários de pequenos animais usam o medicamento em dosagem cuidadosamente calculada para cães. O tratamento com ivermectina é longo, porém, eficiente. É necessário que o medicamento seja administrado diariamente. A ivermectina pode ser usada por via oral, porém, o sabor não é muito apreciado pelos animais e alguns veterinários usam o medicamento por via de injeção subcutânea. Infelizmente, algumas raças de cães são sensíveis à ivermectina e podem até morrer. Essas raças são o Collie, o Shetland Sheepdog, o Pastor Australiano e o Old English Sheepdog. Além dessas raças, outras podem ser afetadas aleatoriamente, e um tratamento alternativo deve ser usado. Ou, ainda melhor, existem testes genéticos que podem determinar se o animal é sensível ou não à ivermectina.
Recentemente, descobriu-se que a combinação da ivermectina com o medicamento antipulga “Comfortis” pode causar reações sérias, portanto, é importante conversar com o veterinário para discutir qual controle anti pulga deve ser usado durante o tratamento.
Outro método eficaz é o tratamento tradicional com banhos medicinais. O produto é bastante forte e potencialmente tóxico, não deve ser usado em animais muito jovens ou muito pequenos, e também deve ser evitado em animais em estado de saúde muito delicado. O banho deve ser dado no hospital ou clínica veterinária, pois no caso de efeitos colaterais, o veterinário é imediatamente notificado e já se tomam as medidas de desintoxicação necessárias. A pessoa que dá o banho no animal também deve se proteger, usando luvas, pois o medicamento pode ser absorvido pela pele.
O prognóstico desta doença varia com a idade do animal em animais jovens a chance de cura é maior. Quase todos os cães de menos de um ano e meio de idade se curam completamente. No caso de animais adultos, a doença é controlada com tratamento, mas a cura completa não é alcançada.
O tratamento deve ser acompanhado de raspados de pele a cada 2 semanas. Após 2 raspados negativos consecutivos, o animal é considerado curado. Alguns veterinários recomendam repetir o raspado 1 mês após terminado o tratamento, para garantir que o problema não retornará. Se algum ácaro vivo for encontrado, o tratamento deve ser reinstituído até que 2 raspados consecutivos sejam negativos.
